Cresce o número de casos suspeitos de febre amarela silvestre em humanos no Sudeste do Brasil e, com isso, também aumenta a preocupação com a imunização em todo o país. Pessoas e macacos morreram com suspeita da doença. Pelo menos 47 pessoas morreram e 152 casos foram registrados com suspeita da doença em Minas Gerais até essa segunda (16), segundo a secretaria estadual de Saúde. Também foram registradas mortes de macacos com suspeita do vírus no Espírito Santo. O possível surto da doença é considerado grave pelo infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Clinica Medica, Luiz José de Souza.
“O Ministério da Saúde deve providenciar de forma urgente o aumento da produção de vacinas contra a febre amarela. Quem for viajar para estes estados precisa se vacinar”, afirmou.
Luiz José contou que também existe a preocupação nos centros urbanos. “O último caso de febre amarela urbana no Brasil foi registrado em 1942. No entanto, a suspeita do aparecimento da versão silvestre impõe a vacinação da população em larga escala na região Sudeste, principalmente. A população hoje circula muito. Com isso, o risco é de que o Aedes aegypti, que está presente em todo o canto, em especial nesta época do ano por conta das condições climáticas, ao picar algum infectado pela febre amarela silvestre, adquira o vírus e, ao picar outra pessoa, repasse o vírus. Assim começa todo o processo de surto epidêmico — declarou o Luiz José.
Com viagem marcada para Minas Gerais, a dentista Renata Barra Gomes Chagas, 36 anos, não deixou de comparecer à secretaria Municipal de Sáude para se prevenir. "Faço curso de mestrado e vou apresentar um trabalho no Estado de Minas Gerais, onde está tendo surto de febre amarela em alguns municípios. Estou atualizando a vacina. Tem que estar prevenido, né?! Logo aproveitar as férias para vir me vacinar", disse.
A equipe de reportagem tentou contato com a secretaria municipal de Saúde de Campos para tentar saber sobre o estoque da vacina para febre amarela, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: Folha da Manhã
