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(Fotos: Ralph Braz) |
O Hospital Dr. Beda não apresentou pedido de recadastramento junto ao Programa Estadual de Transplantes, descredenciando-se automaticamente a prestar esse tipo de serviço a pacientes renais na cidade de Campos dos Goytacazes, onde era o único credenciado. Diante das dificuldades para a manutenção de uma equipe em plantão permanente, a receptação e conservação do órgão, além de inúmeros empecilhos de ordem logística, a instituição não renovou sua inscrição no programa.
O baixo financiamento - tendo como contrapartida os altos custos de manutenção do serviço - foi decisivo para esta tomada de posição. “Quem faz o transplante renal é uma equipe médica numerosa.
Com os honorários baixos, não foi possível manter duas equipes, a médica e a paramédica. O médico não aceita fazer a cirurgia com a remuneração que hoje é oferecida pelo SUS”, ressaltou Martha Henriques, diretora do Grupo IMNE. Martha revelou que ainda tentou junto às secretarias Municipal e Estadual de Saúde uma taxa complementar que atendesse aos anseios dos médicos, não obtendo sucesso.
Reunião no sentido de informar aos pacientes foi travada com o chefe do Serviço de Hemodiálise, Dr. João Carlos Borromeu. Ele informou que enquanto o hospital não renovar o credenciamento, os pacientes renais já inscritos no programa não perderão seus cadastros e terão a opção de escolher o hospital para fazer a cirurgia. Serviu a reunião ainda para informar aos pacientes não cadastrados para que façam seu cadastramento no serviço RioTransplante do Programa Estadual de Transplantes.
A diretora enfatiza que o não recadastramento foi, antes de tudo, um ato de responsabilidade. “O transplante renal se dá por doador morto ou vivo. São feitos testes para checar compatibilidade. Pela tabela atual, estão expostos a risco tanto o doador vivo quanto o receptor. As condições pós-operatórias não serão adequadas com baixo custo”, afirmou.
A baixa remuneração para a realização dos transplantes está se transformando em problema nacional, uma vez que a tabela do SUS não atende aos investimentos dos hospitais e tampouco interessa aos médicos e paramédicos. No plano estadual a história se repete. Na cidade do Rio de Janeiro, o Hospital Federal de Bonsucesso, na zona Norte da cidade, chegou a interromper a realização de transplantes de rins e fígado. A retomada dos transplantes somente foi possível – em abril passado - com a intervenção pessoal do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Fonte: Jornal Terceira Via (Pertencente ao Grupo IMNE)
RESPOSTA A MATÉRIA ACIMA
Como podemos ler acima os médicos que "realizavam" o transplante de rins no Hospital Dr. Beda, visam apenas e somente o dinheiro. Segundo, o Hospital nunca teve uma equipe de médicos para realizar o transplante, já que a a equipe era formada as presas, como o próprio médico responsável expôs na reunião , que tinha de ligar para vários colegas para realizar o transplante.
Um exemplo levantado pelo mesmo Dr. Borromeu,que um dos médicos contactados disse "que não iria participar do transplante, por que era dia de aniversário do casamento dele, e que ele e a esposa iriam tomar um vinho para comemorar", outro caso foi "que não iria deixar de comemorar o dia dos pais, para perder o dia todo realizando um transplante"... como podem ver a situação não é tão simples e levada a sério, e responsável como a instituição alega.
O que nos impressiona é que o pais inteiro realiza transplantes, havendo casos como no nordeste que é referência nacional, que realizam as cirurgias com a mesma verba paga ao Dr. Beda, pelo SUS.Não entendo é por que o hospital Dr. Beda possui médicos que acham o valor é pouco, ou a equipe acha tem que ficar ricos realizando transplante? Fica a pergunta para esses profissionais que se denominam "médicos" esqueceram o juramento que fizeram ao se formar?
Ressalto que são centenas de vidas que dependem do transplante, além de ser uma vergonha por maior município do interior do estado do Rio de Janeiro, com mais de 500 mil habitantes, essa situação de não ter um Hospital credenciado para realizar transplantes. Não posso deixar de acrescentar que nesta fila de transplantes estão pacientes de municípios vizinhos, de São João da Barra, São Fidélis, Quissamã, São Francisco do Itabapoana, entre outros.
Quanto ao Hospital Federal de Bonsucesso, na zona Norte da cidade, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, apesar de quando as cirurgias não estavam sendo realizadas no HFB,na época a unidade federal continuou a fazer o acompanhamento dos pacientes no que diz respeito a consultas e exames. O Hospital Federal de Bonsucesso ainda é a única unidade do Rio de Janeiro que inscreve pacientes na fila para transplantes hepático e renal pediátricos.
Em fevereiro, a DPU realizou uma vistoria no HFB e constatou que a estrutura física e os materiais usados no departamento de transplantes estão em excelente estado. O único impedimento para fazer as cirurgias é a falta de médicos especializados, ou seja não foi descredenciada como o Hospital Dr. Beda em Campos, como informou a matéria acima.
Cabe agora ao Ministério Público, Prefeitura de Campos, representados pela prefeita Rosinha e o secretário de Saúde Dr. Chicão, os vereadores e o próprio Ministério da Saúde, resolverem esse GRAVE PROBLEMA.
Resposta de uma paciente renal que depende de transplante.