(Foto: Ralph Braz) |
O médico cardiologista Cláudio Leonardo de Morais foi afastado das suas atividades no Hospital Geral de Guarus (HGG) depois de denunciar as péssimas condições de trabalho na unidade ao site de notícias G1. De acordo com o profissional, logo após a divulgação do vídeo – no dia 23 de julho – ele teria sido realocado para um posto de saúde da Baixada Campista. Nesta quarta-feira (12), o secretário de Gestão e Contratos, Carlos Frederico da Silva Paes, determinou à direção do HGG, o afastamento remunerado do servidor público municipal por 60 dias.
Segundo o profissional, as condições de trabalho são péssimas no HGG. “Falta material para o exercício básico dos profissionais, como uma maca, por exemplo. Sem falar na inexistência de vagas para internação em todos os setores de atendimento e funcionários da limpeza”, afirmou o médico.
O cardiologista afirma ainda que não ficou surpreso com a decisão de afastamento, uma vez que, estava sendo vítima de perseguição. “Assim que fui informado da decisão, pedi à direção do hospital – por meio de requerimento - uma cópia integral do processo. Assim que tiver acesso, tomarei as medidas legais e cabíveis judicialmente”, ressaltou o médico. Ele garante também que não responde a qualquer processo administrativo que possa justificar a relotação e o afastamento. “Não há qualquer situação referente à ação de omissão, imprudência ou imperícia na minha atuação dentro de qualquer unidade hospitalar”, concluiu o profissional.
A denúncia de perseguição foi publicada aqui no Blog. “A retaliação e os prejuízos laborais relatados pelo médico precisam ser apurados, inclusive pelo Ministério Público. Afinal, se as denúncias apresentadas no vídeo são verdadeiras, quais motivos levaram a direção do HGG a punir, de forma severa, o denunciante?”, questiona Andrade em sua publicação.
Em abril desse ano, o Ministério Público Federal (MPF), durante fiscalização, confirmou todas as denúncias recebidas no órgão. Na ocasião, o procurador da República, Eduardo Santos Oliveira, declarou em entrevista coletiva que “o HGG é uma bagunça e incompatível com a saúde pública". Segundo ele, constava nos relatórios que foram identificadas irregularidades como “área de expurgo contaminada e toalhas sujas”. O procurador disse, ainda, que as imagens registradas pela equipe do MPF eram “realmente chocantes”.
Mesmo após a inspeção, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) não solucionou os problemas enumerados pelo procurador. No entanto, de acordo com denúncias de funcionários da unidade hospitalar, a situação atualmente parece estar ainda mais caótica.
Na época, o MPF expediu uma recomendação com as considerações relacionadas à situação encontrada na unidade, entregue pessoalmente à prefeita Rosinha. O procurador informou ainda que, caso as recomendações não fossem acatadas, o Ministério Público iria “entrar com uma ação judicial”, o que Eduardo chamou de “medidas mais drásticas”.
O jornal Terceira Via também tentou entrar em contato por telefone com o procurador da República, Eduardo Santos Oliveira, mas as ligações caíram na Caixa Postal e não foram retornadas.
Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o jornal Terceira Via não obteve respostas da Prefeitura de Campos. Ainda assim, aguarda e publicará as versões para as questões acima.
Fonte: Terceira Via