(Fotos: Ralph Braz | Blog Pense Diferente) |
A conta foi feita pelo jornal O DIA a partir de dados da Secretaria Estadual do Ambiente. A situação dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul, de onde vem a água do Guandu, é a pior desde que o sistema foi criado, nas décadas de 50 e 60. E não tende a melhorar: nos últimos dois verões, a média de chuvas ficou na metade da taxa histórica, e os meteorologistas creem que, no próximo verão, o panorama não deverá mudar.
O estado reduziu nesta quinta-feira a vazão do sistema do Paraíba do Sul para o Guandu a 75 metros cúbicos por segundo. Segundo o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, a medida é para garantir o abastecimento para os moradores e pediu que a população economize.“Essa conta não é tão simples, pois vai chover. Mas a verdade é que nem mesmo as autoridades sabem quanto de água tem nos reservatórios, que sofrem com erosão e não são estudados há décadas. Não é possível disponibilizar todo o volume morto. Estamos no nível mais crítico na história do Paraíba do Sul, e o Rio depende dele”, alertou Paulo Carneiro, pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ.
“No ano passado já foi ruim. Este ano está sendo pior. Nós estamos priorizando o abastecimento humano”, disse.
As indústrias do estado já sofrem com as restrições. Segundo pesquisa encomendada pela Firjan, 30% delas responderam enfrentar problemas pela escassez de água, o que resultou em aumento no custo e queda da produção. Aproximadamente 14% das indústrias chegaram a parar de produzir por pelo menos um dia. O consumo industrial é, em média, três vezes maior que o domiciliar. Em São Paulo, onde a crise hídrica começou antes, fábricas já utilizam água do mar em processos industriais.
“A demanda por água já é maior que a capacidade de oferta em São Paulo, e se não mudarmos logo os hábitos de consumo, além de buscarmos novas fontes e tecnologias, o Rio chegará lá”, afirmou Luis Augusto Azevedo, gerente-geral de Meio Ambiente da Firjan.
Fonte: O Dia