(Foto: Somos assim) |
Habituada a conviver com água de péssima qualidade, como foi mostrado em matéria exclusiva pela Somos Assim, além disso a população do 5º Distrito de São João da Barra vem sendo alvo de grandes prejuízos ambientais causados pela salinização das terras.
As obras do estaleiro da OSX foram apontadas por pesquisadores da Uenf como responsáveis pelo que está se desenhando como um dos maiores desastres ambientais da região.
A gigantesca retirada de areia com água salgada, inicialmente pela draga Cyrus II (uma das maiores do mundo), da empresa holandesa Boskalis, e, posteriormente, pela draga holandesa Sea Way, vem sendo despejada através de um duto, sem nenhum tipo de contenção, em um aterro hidráulico às margens do empreendimento, e com canais de drenagem que desviam a água salgada para as terras férteis vizinhas, salinizando todo o lençol freático do Açu e os canais que irrigam parte da Baixada.
Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Somos, o Prof. Dr. Carlos Eduardo Rezende, do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da Uenf, relatou o resultado de uma pesquisa realizada no 5º Distrito de São João da Barra com a água que a população está consumindo, distribuída sem monitoramento pela Prefeitura Municipal de São João da Barra, que, segundo os resultados obtidos por testes de condutividade elétrica com equipamentos de última geração, revelou um nível de sal muito além do normal, colocando em grave risco a saúde da população local, além de prejudicar animais domésticos, a fauna e a agricultura, já que o processo de salinização da terra é acelerado e irreversível.
Contudo, mesmo sob o alerta dos pesquisadores da Uenf, no dia 28 de dezembro, ainda prefeita, Carla Machado inaugurou o sistema de Abastecimento de Água Potável no Açu.
O poço artesiano tem profundidade de 237 metros e produção de 90 mil litros por hora, capaz de atender a três mil residências, além de um reservatório elevado de 100 mil litros.
Ao todo, foram 50 km de tubulação com, aproximadamente, mais 1.500 ligações em Sabonete e 18 km de tubulação no reservatório apoiado (cisterna) de 200 mil litros, desta vez na praia do Açu, que também está preparada para mais 700 ligações. A obra teve custo de aproximadamente R$ 5.400.000,00.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Marcos Sá, a comunidade poderá contar com água de boa qualidade chegando às torneiras a partir da segunda semana de janeiro. O benefício alcança os moradores de Sabonete, Barra do Jacaré, Cazumbá, Campo de Areia, Concha I e Concha II. O sistema de água potável de Sabonete está interligado ao de Mato Escuro e Água Preta e foi construído no mesmo terreno onde funciona a Sub Prefeitura do Quinto Distrito e também a Policlínica, além de um posto do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).
Ainda de acordo com o secretário de Meio Ambiente, Marcos Sá, a verba utilizada para o sistema de água potável estava direcionada a outra obra. Entretanto, a prefeita exigiu que a verba fosse destinada a este sistema. Ainda de acordo com Marcos Sá, 70% do município está agora com água potável.
“Agradeço a Deus em 1º Lugar por este sonho realizado. Agradeço também a todos que trabalharam, em especial ao Marcos Sá”, declarou Carla Machado, ressaltando ainda a importância deste sistema. “Água representa saúde. Tudo que está em andamento tem recurso financeiro até a finalização”.
Partindo do princípio de que “água representa saúde”, como disse a ex-prefeita, em caso de danos à saúde da população quem será responsabilizado?
Ainda não há comentários para Quem irá responder em caso de doenças causadas pelo excesso de sal na água, a ex-prefeita ou o novo prefeito?
Fonte: Revista Somos Assim/ Esdras