quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PARA ESPECIALISTAS RACIONAMENTO DE ÁGUA NO RIO JÁ DEVERIA TER COMEÇADO

(Foto:Ralph Braz)
Enquanto o governo do Rio insiste em negar a necessidade de racionamento de água, especialistas defendem para já uma “espécie de “medida certa’’ da água, para não agravar ainda mais a crise hídrica que o estado enfrenta — “a pior em 84 anos”, de acordo com o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa.

— Já passou da hora. Desde abril do ano passado, alerto as autoridades sobre a urgência do racionamento, mas continuam esperando por uma chuva que nunca vem. A situação está muito crítica e a população tem o direito de saber disso — diz a bióloga Vera Lúcia Teixeira, vice-presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap).

No ano passado, o verão seco provocou uma queda brusca no nível dos reservatórios. O volume útil do Paraibuna, principal represa do sistema que abastece o Rio atingiu, em abril, o nível de 38,67%. Bem abaixo dos 61,20% registrados no mesmo período, no ano anterior.

— Nos próximos dias, os reservatórios de Jaguari e Funil também vão entrar em volume morto. Em breve, vamos sair do período chuvoso e a expectativa de encher as represas é mínima. Vai ter que restringir o abastecimento em algum momento — diz Paulo Carneiro, pesquisador do laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ.

Paulo Canedo, também do laboratório de Hidrologia da UFRJ, engrossa o coro:

— Considero essencial começar um racionamento imediatamente — afirma ele.

Pelas contas de Vera Lúcia Teixeira, mesmo se houver uma política de racionamento, os reservatórios só voltarão ao normal em 2017.

— Os volumes chegaram a um nível nunca atingido em cem anos. Com chuvas normais, acredito que leve pelo menos dois anos para voltar a ser como era — diz ela.




Fonte: Extra