Produtores rurais do Açu, 5º Distrito de São João da Barra, fecharam no final da tarde desta terça-feira a RJ 040, que dá acesso ao Complexo Portuário do Açu. O protesto que deve se estender até às 21h, foi para protestar contra o que chamam de “desertificação” do Açu, em decorrência de processo de salinização da região, com as obras do Porto.
Com a rodovia interditada, alguns caminhoneiros chegaram a parar, mas conseguiram seguir viagem por outro acesso secundário.
A LLX, empresa de logística, responsável pelas obras, através da sua assessoria esclarece, que “conforme estudos e pesquisas acadêmicas já realizados, a presença de salinidade nas águas subterrâneas e superficiais do Açu decorre da própria estrutura geológica da região, formada a partir do processo histórico de avanço e recuo do mar. As Lagoas de Grussaí, de Iquipari e Salgada, bem como o Canal Quitingute, são caracterizados como de água doce à salgada”.
Ainda segundo a nota, os estudos sobre os níveis de salinidade realizados pela LLX não são avaliados a partir de um dado pontual, e sim por meio de monitoramento periódico em mais de 40 pontos (águas subterrâneas, lagoas e canais) situados na área de influência do Complexo Industrial do Superporto do Açu. Os resultados são enviados aos órgãos ambientais competentes, na forma determinada pelo Instituto Estadual de Ambiente (INEA).
A LLX possui convênio com a FAPUR (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica) da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) para apoio às atividades agrícolas da região do Açu, no qual é realizado o constante monitoramento das águas do Canal Quitingute e do Canal Andrezza, utilizadas para irrigação de atividades agrícolas no Açu. Os resultados demonstram que a água utilizada para irrigação nos cultivos monitorados na região desde 2007 não sofreu alterações decorrentes das obras de implantação dos empreendimentos — diz a assessoria.
Fonte: fmanha