Foto: Sergio Moraes/Reuters |
A tempestade que caiu no Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira (8) deixou três mortos: um homem na Gávea e duas irmãs no Leme. A terça-feira (9) começou com mais chuva. Pancadas moderadas e fortes atingiram a cidade ao longo da manhã e três pessoas seguiam desaparecidas - um homem que teria sido atingido por um deslizamento no Morro da Babilônia e uma avó e sua neta que saíam de um shopping em Botafogo em direção a Copacabana.
O município está em estágio de crise - o mais alto em uma escala de três - desde as 20h55. A recomendação é para evitar deslocamentos. A rede municipal de ensino e algumas unidades particulares não vão funcionar.
Quedas de barreira interditaram o Alto da Boa Vista e a Avenida Niemeyer - onde mais um trecho da ciclovia foi arrastado para o mar.
No início da madrugada, um deslizamento de terra atingiu o Morro da Babilônia, no Leme, matando duas irmãs, que eram vizinhas.
Havia a informação preliminar de que crianças tinham sido soterradas. A TV Globo apurou que não havia crianças - duas mulheres foram retiradas do lamaçal. Outras duas pessoas foram feridas, e um homem está desaparecido.
Os volumes registrados entre o fim da tarde de segunda e o início da manhã de terça superam os índices pluviométricos do temporal de 6 e 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram. No Jardim Botânico, por exemplo, caiu o dobro de água.
Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO |
Morte na Gávea
Na noite de segunda, o temporal alagou ruas, derrubou árvores e destruiu carros. Segundo o comando do 23º Batalhão de Polícia Militar (Leblon), o corpo de um homem foi achado na Gávea, Zona Sul, debaixo de um carro. Na manhã desta terça, os bombeiros o identificaram como Guilherme N. Fontes, de 30 anos.
A causa da morte ainda não foi divulgada. Segundo testemunhas, Guilherme morreu afogado ao cair de moto, ser arrastado pela água que descia da Avenida Marquês de São Vicente, uma das principais do bairro, e ficar preso debaixo de um carro.
Aulas suspensas
Devido aos estragos, que provocam dificuldade de deslocamento, além do risco de mais chuva, a prefeitura determinou o cancelamento das aulas nas escolas municipais. Até o início da madrugada, não havia informação sobre o ensino estadual.
Escolas particulares e universidades, como a PUC-Rio, também divulgaram que não terão aulas.
Niemeyer fechada
Em entrevista à TV Globo, o prefeito Marcelo Crivella disse que a chuva foi "atípica" e a Zona Sul foi a região mais atingida. O prefeito, que se reuniu com secretários no Centro de Operações, disse que órgãos da prefeitura vão atuar durante toda a madrugada liberar as regiões com maiores problemas.
Crivella pediu ainda que a população evite ir até a Zona Sul da cidade nesta terça. O prefeito informou ainda que a Avenida Niemeyer, fechada após o temporal e a queda de novo trecho da ciclovia, deve seguir interditada.
Ciclovia desaba de novo
Por volta das 22h, um trecho da ciclovia Tim Maia caiu. Foi o quarto desabamento desde que ela foi inaugurada, em 2016. No primeiro, em abril do mesmo ano, duas pessoas morreram quando uma onda destruiu a via durante uma ressaca.
Em fevereiro do ano passado, em outro trecho, próximo ao túnel que liga São Conrado à Barra, também houve um desabamento. Em fevereiro deste ano, outra queda parcial, desta vez sem vítimas, durante outro temporal no Rio.
Fonte: G1