(Foto: Ralph Braz) |
De acordo com dados do Centro de Referência para Pessoas em Situação de Rua (CentroPop), no mês de janeiro 93 pessoas foram atendidas em 178 abordagens sociais. São 30 novos casos em relação ao mês anterior. E das 93 pessoas, 63 são migrantes, de diferentes estados das regiões Sudeste, Sul, Norte e Nordeste do país. São 93 pessoas que acabaram ficando pelas ruas de Campos, motivadas especialmente pelo rompimento de vínculos familiares decorrente, em 34 dos casos, pelo desemprego e, em outros 31 casos, por dependência química.
A legislação acerca da política nacional de Assistência Social define população em situação de rua como grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular, sendo compelido a utilizar a rua como espaço de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente.
Das 93 pessoas atendidas no CentroPop ou pelas equipes de abordagem social, 63 vieram de municípios do Rio de Janeiro e de diferentes partes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Maranhão, Bahia, Ceará, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Do total, 82 estão desempregadas; uma tem emprego formal e 10 atuam na informalidade, sendo que 86 não têm renda alguma; duas têm renda de até ¼ do salário mínimo, três de até meio salário, uma de um salário e outra recebe mais de salário mínimo.
Pela legislação do Sistema Único de Saúde (Sus), o CentroPop deve fazer obrigatoriamente determinados serviços, como a abordagem social. Também pelo Sus, os técnicos do CentroPop são impedidos de promover, compulsoriamente, o abrigamento de pessoas em situação de rua.
De acordo com a diretora do CentroPop, a psicóloga Márcia Helena Pereira, dessas 93 pessoas, doze receberam orientação e suporte para retirada de documentos; 20 foram encaminhadas para serviços diversos pela rede socioassistencial; cinco para outros setores públicos, como a Saúde; cinco para capacitação para o mercado de trabalho e cinco para programas de geração de trabalho e renda.
A coordenadora diz que, em geral, aceitam ir para acolhimentos, pessoas que romperam com família e saem de seus municípios para iniciar nova vida em outro lugar. São pessoas que acabam nas ruas por falta de dinheiro, porque tiveram a documentação roubada. Geralmente buscam espontaneamente o CentroPop.
Fonte: Terceira Via