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São João da Barra celebra nesta sexta-feira, 17 de junho, 166 anos de elevação à categoria de Cidade. Ao que tudo indica, a data vai “passar em branco”. Não há nenhuma comemoração prevista: os desfiles cívicos, escolares e militares estão suspensos para que não haja gastos com estruturas de palco e sonorização; o agraciado com a maior comenda do Executivo, a Medalha Barão de São João da Barra, não foi escolhido; nem o hasteamento das bandeiras, aparentemente sem gasto para a administração, foi agendado. Somente nesta quinta-feira (16), a Prefeitura confirmou que uma missa solene será celebrada às 9h. Não cabe neste espaço uma afirmação de que “nunca antes na história” isso foi registrado, mas vale a indagação aos historiadores do município.
Apesar de a ausência da programação no dia da Cidade causar estranheza, cabe outro questionamento: o que comemorar? São João da Barra vive um dos piores momentos da história recente: um clima político instável, dívidas, terceirizados sem receber há meses por falta de repasse da Prefeitura, denúncias constantes nas áreas de saúde e educação, obras paralisadas desde a gestão passada, além das poucas iniciadas da atual gestão. Os servidores municipais estão sem o cartão alimentação e tiveram nesta semana a surpresa da alteração no calendário do 13º. Universitários protestam por benefícios cancelados. A cultura local pode perder uma das suas maiores tradições, a centenária União dos Operários. A Santa Casa de Misericórdia está prestes a fechar as portas.
A Prefeitura se tornou dependente dos royalties e criou uma rede de instituições, empresas e pessoas tão dependentes quanto. A queda acentuada na arrecadação da fonte está causando impacto sem precedentes. A cidade vive em estado de emergência econômico-financeira, suspendeu seus convênios, revogou contratos com terceirizadas, não apoia mais eventos culturais e esportivos e não sabe como fazer para fechar a conta sem contrair um empréstimo milionário. O atual quadro do município mexeu com o brio sanjoanense. Quem anda pelas ruas da cidade escuta reclamações em todos os cantos.
Talvez seja até melhor passar este 17 de junho em branco. Afinal, o que comemorar?
Fonte: Blog do Arnaldo Neto