(Foto: FUP) |
Petroleiros de todo o país entrarão em greve a partir da próxima quinta-feira (17). A paralisação, por tempo indeterminado, está sendo aprovada em assembleias nas bases, após a rejeição de proposta feita semana passada pelo Petrobras. Mas tem outras duas motivações: o leilão do campo de Libra, marcado para o dia 21, e o Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização de mão de obra. A Petrobras ainda não se manifestou sobre as negociações e a possível greve.
“A proposta está bem aquém (das expectativas)”, diz o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes. Além do item de reajuste considerado insuficiente, ele avalia que o apresentado pela empresa não contempla várias reivindicações de cláusulas sociais.
A proposta foi de 7,68% de reajuste sobre a tabela interna da companhia, o que representaria aumento real (acima da inflação) de 1,17% a 1,5%. Além disso, a empresa ofereceu abono correspondente a uma remuneração ou R$ 4.000, o que for maior. A FUP reivindica 5% de ganho real, além de melhores condições de segurança, criação de um fundo garantidor para terceirizados, mudanças no pagamento de horas extras e auxílio-farmácia, entre outros itens.
Segundo o secretário de Administração e Finanças da FUP, José Genivaldo da Silva, a suspensão do leilão “é uma questão fundamental” para os petroleiros. No dia 3, quando a Petrobras completou 60 anos, os trabalhadores fizeram uma paralisação de 24 horas.
As assembleias nas bases têm votado de acordo com o indicativo da entidade, pela rejeição da proposta da Petrobras e greve a partir de quinta-feira. Balanço parcial do sindicato do Norte Fluminense, por exemplo, aponta 861 votos pela reprovação e apenas 11 favoráveis, com cinco abstenções. No item sobre paralisação, são 757 votos a favor e 88 contrários, além de 33 abstenções.
A FUP representa 15 sindicatos, sendo dois do setor químico. Além do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, a base inclui São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná/Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Duque de Caxias, entre outros. Cinco sindicatos, entre os quais Rio de Janeiro e São José dos Campos (SP), são representados pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que também articulam greve.
Fonte: RBA