(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
A justiça eleitoral de Campos esteve no Instituto Federal Fluminense (IFF) campus Centro, após denúncia de que havia material político e manifestações de apoio e de repúdio de professores a determinados candidatos. A coordenadoria de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TER-RJ) informou que a denúncia dava conta de que uma peça teatral com camisas de repúdio a um presidenciável. A informação não foi constatada pelos fiscais durante a inspeção, sendo verificado somente adesivos de campanha para candidato, no armário de um aluno.
Em página na rede social, o Centro Acadêmico Rita Maia (Carim), publicou uma nota dizendo que “se solidariza e apoia todas as Licenciaturas do IFFluminense e os Centros Acadêmicos de História (Cahis Uff Campos) e Serviço Social da UFF-Campos, bem como seus professores. Estamos cientes da vedação de veiculação de propaganda eleitoral em bens públicos pela lei eleitoral 9504/97. No entanto, reiteramos que as pessoas, não sendo bens públicos, são livres para se posicionarem em qualquer ambiente, são donas de seus corpos para usarem qualquer adereço que indique seu posicionamento político, seja dentro ou fora das universidades/institutos, seja no próprio dia das eleições. Consideramos lamentáveis os excessos que vêm sendo cometidos e nos posicionamos em favor do debate político, do incentivo às discussões sobre assuntos que fazem parte da vida cidadã e do respeito aos posicionamentos individuais que não reforcem o fascismo”.
Uma declaração, que seria da coordenadora acadêmica do curso de Licenciatura em Letras, viralizou desde a noite da última sexta-feira (5), nas redes sociais. “Na minha longa carreira de magistério na educação básica e na superior, eu nunca passei por um momento tão triste e sombrio. As salas de onde damos aulas foram revistadas, assim como as coordenações, principalmente a de Geografia. Os fiscais da justiça eleitoral nos disseram que houve uma denúncia. Mais uma vez, a coragem de denunciar se faz por meio de um sujeito indeterminado, ou seja, não tem nome nem cara. Delatores, unam-se. Mostrem a cara. Sejam corajosos. Que dia triste! Pai, afasta de mim este “cale-se”, disse.
Já a coordenadoria de fiscalização do TER-RJ informou que a diretoria da instituição recebeu os fiscais e franqueou a entrada, sem fazer objeção. Na ocasião, não foram constatadas as irregularidades apontadas na denúncia, sendo encontrados apenas adesivos de candidatos no armário de um aluno, que foram imediatamente retirados pela direção da unidade.
O reitor do IFF, Jefferson Manhães de Azevedo, foi procurado pela reportagem, neste sábado (6), mas até o momento não retornou.
Fonte: Folha da Manhã