sexta-feira, 6 de setembro de 2013

SALINIZAÇÃO DA ÁGUA EM SJB: UM GRAVE RISCO PARA A SAÚDE DA POPULAÇÃO

(Foto: Ralph Braz)

Após uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) no 5º distrito de SJB,  os moradores e agricultores se encontram diante de mais um problema: o alto nível de salinidade na água, que estaria sendo ocasionado devido à abertura de um canal para a construção do complexo portuário.

O resultado da pesquisa que analisou poços, caixas d’água das casas e também em canais, constatou que a distribuição de água nas propriedades tanto pela Prefeitura Municipal de São João da Barra, quanto pelo sistema de abastecimento da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE), é considerada imprópria para o consumo, oferecendo vários riscos a saúde das pessoas, além de gerar um grande impacto ambiental, comprometendo a fauna e flora da região. 


De acordo com o Enfermeiro, Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre e Doutorando (UERJ/ PPGENF),em Nefrologia, Brunno Lessa S. Xavier, alerta para os riscos que a população de São João da Barra, podem vir a ter devido a salinização da água.

O profesor Brunno, fez um breve relato acerca dos problemas relacionados ao excesso de sal na água:

"O principal problema para a saúde humana, relacionado ao excesso de sal, está ligado ao sódio. Esta substância, quando consumida em excesso (ex: em água com altos níveis de salinização), pode desencadear ou potencializar quadros de hipertensão arterial e/ou atrapalhar o seu tratamento (inativar alguns anti-hipertensivos).

O excesso de sódio também está relacionado ao aparecimento de sérios agravos à saúde humana, como por exemplo: Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência renal, doenças cardiovasculares, pedras nos rins, osteoporose, diabetes, asma e câncer do estômago".

Para finalizar o professor afirma que as medidas devem ser tomadas o mais rápido possível, se não tiver uma medida reparadora e medidas de contenção, os danos serão ampliados, relatou o professor, afirmando que há medidas a serem tomadas já que é um problema de saúde pública. O professor Brunno Lessa é morador de São João da Barra, em sua residência só faz uso de água mineral.  

(Foto: Folha de São Paulo)

O agricultor, José Alberto Pereira, de 50 anos, que mora no 5º distrito, na localidade de Água Preta desde que nasceu, disse ter notado uma grande mudança na qualidade da água em sua propriedade, tanto a do poço quanto a da casa, que segundo ele, é abastecida pela Cedae.

(Foto: Ralph Braz)

“Antes a água doce era normal, maravilhosa. Toda a vida fui criado bebendo essa água do poço. A gente fica triste porque depois que essas obras começaram, minhas plantações estão morrendo pela grande salubridade que está na água. É um prejuízo incalculável. Água é vida para o ser humano, para os bichos e para a vegetação. Sem ela não vivemos. É preciso mostrar o que está acontecendo. Precisamos pensar no amanhã, porque tudo está indo para o espaço”, disse o agricultor.


 

(Foto: Ralph Braz)


  
Fonte: Ururau/ Blog pense diferente / UENF