(Fotos: Ralph Braz) |
Nesta sexta-feira (27), foi celebrado o Dia Nacional do Doador de Órgãos. Mas em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, não há motivo para se orgulhar da data. O único hospital que fazia o acompanhamento dos pacientes antes e depois das cirurgias O Hospital Dr. Beda, suspendeu o serviço por "falta de médico$".
O Hospital Dr. Beda, em Campos que realizava transplante foi descredenciado pelo Sistema Único de Saúde(SUS), por não apresentar o pedido de recadastramento junto ao Programa Estadual de Transplantes, descredenciando-se automaticamente a prestar esse tipo de serviço a pacientes renais na cidade de Campos dos Goytacazes, onde era o único credenciado. Diante das dificuldades para a manutenção de uma equipe em plantão permanente, a receptação e conservação do órgão, além de inúmeros empecilhos de ordem logística, a instituição não renovou sua inscrição no programa.
Na cidade, mais de 191 pessoas aguardam na fila por um transplante de rim, que é o procedimento mais frequente. Mas apenas dez órgãos são doados por ano. Em todo o estado, foram 351 transplantes até julho deste ano. Nas Regiões Norte e Noroeste, apenas o hospital São José do Avaí realiza o procedimento.
Em julho, depois de sofrer um acidente na estrada que liga Laje do Muriaé a Itaperuna, Noroeste Fluminense, Iuri Marinho Cruz, de 21 anos, morreu no hospital São José do Avaí. A família passou por um segundo sofrimento: dois dias para enterrar o corpo. Foi o tempo de espera para que os órgãos do rapaz fossem captados pela central de transplante, mas o procedimento não chegou a ser feito.
Alguns pacientes de Campos, agora, não conseguem passar pelas consultas pré e pós transplante, que eram feitas no hospital Alvaro Alvim. Segundo o coordenador de transplantes na região, Eduardo Castro, falta um trabalho de conscientização das pessoas em relação a doação de órgãos.
Quem quiser ser um doador deve manifestar o desejo e deixar a família informada.