(Foto: Ralph Braz) |
Dezenas de professores da rede municipal estão acompanhando de perto a sessão da Câmara de Campos. Cientes da colocação em pauta de um projeto que prevê uma gratificação de 10%, os professores reivindicam um reajuste maior e apresentam uma extensa pauta de reivindicações.
Com cartazes, roupas pretas e nariz de palhaço, as professoras querem mostrar que o gigante continua acordado.
Um dos cartazes faz uma pergunta a vereadora Auxiliadora Freitas (PHS): “Auxiliadora: você defende o povo ou o governo?”
Olhando na direção das manifestantes, Auxiliadora respondeu: “Estou ao lado dos dois”. Sem perder tempo, a professora rebateu: “Neste debate a senhora precisa escolher um lado”.
Outros cartazes dizem: “Troco 10% de regência por 10% do teto dos vereadores”.
“10% nós deixamos para os garçons”.
“Cansei de migalhas, quero 100% de aumento no meu piso”.
“Rosinha, me chama de Cepop e investe em mim”.
Visivelmente irritadas, muitas professoras avisam: “não vamos aceitar migalhas”.
Atualização às 18h16 (24/09) – Neste momento a sessão foi interrompida para que as comissões analisem os projetos. Vendo que os professores protestavam contra a interrupção, o presidente da Câmara, Edson Batista, disparou: “Se não conhecem o regimento, paciência”.
Atualização às 18h50 (24/09) – Neste momento vereadores debatem sobre a gratificação dos professores. Para o vereador Rafael Diniz (PPS), a Câmara deveria ter ouvido os professores. “Como podemos mudar a dura realidade da Educação sem ouvir os professores?”, indagou Diniz.
O vereador Marcão (PT), filho de professora da rede municipal, fez um desafio. “A maior parte dos salários dos professores é paga com recursos federais. O aumento de 100% é possível e desafio os gestores a debater comigo cada centavo do Fundeb”, disparou Marcão.
A vereadora Auxiliadora Freitas tentou usar a tribuna para defender o governo e os professores. Ela afirmou que sempre lutou pela classe. Porém, os educadores vaiaram a vereadora e deixaram o plenário gritando. “É ou não é piada de salão, tem dinheiro pro Cepop e não tem para a Educação”.
Dando prosseguimento aos debates, a vereadora Auxiliadora criticou Marcão. “Ele fala em 100% de aumento. Isso não tem cabimento. Ele poderia ter dado sugestões nos debates da comissão de educação. Mas ele não aparecia nas reuniões”, disse Auxiliadora.
Segundo Marcão, Auxiliadora jogou para a galera e estava desesperada. “Ela sabe que sou funcionário público federal e as reuniões foram marcadas no momento do meu trabalho”, justificou Marcão.
Aprovado — Com os votos contrários da bancada de oposição, foi aprovada a criação da gratificação por regência de classe para os professores da rede pública municipal. De acordo com os oposicionistas, faltou diálogo do governo municipal com os professores.
Fonte: Blog do Bastos