quarta-feira, 6 de junho de 2018

Com salários atrasados, funcionários da Beneficência Portuguesa enfrentam dificuldades

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)
Com salários atrasados, funcionários do Hospital Beneficência Portuguesa de Campos procuraram a reportagem do Terceira Via para denunciar um problema. Temendo represália ou demissão, pediram para não serem identificados. O motivo do atraso não foi explicado. Eles disseram que também não foi pago o décimo terceiro salário do ano passado. O sindicato da categoria confirmou o fato, e disse que notificou o hospital junto ao Ministério do Trabalho. Procurada pela reportagem, a direção da Beneficência não se manifestou.

De acordo com uma técnica em enfermagem, 30% do salário do mês de março foi pago no mês seguinte, e 70% no dia 26 de maio. Portanto, os meses de abril e maio não têm previsão de pagamento. Ela conta que tem sido assim frequentemente. “É uma situação muito difícil. Há colegas com aluguéis atrasados, e alguns estão com dificuldade de comprar comida. Às vezes, nos dão um vale de R$100. Esse valor ajuda no transporte. A gente acaba aguentando, esperando a situação melhorar. O desemprego é grande. Temos medo de demissão”, disse.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campos (SES) informou que sugeriu aos funcionários da Beneficência Portuguesa entrarem em estado de greve durante duas assembleias, mas a proposta foi rejeitada pelos profissionais. Segundo o presidente do SES, Carlos Morales, denúncias foram feitas aos órgãos fiscalizadores Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho. “Uma ação civil pública também foi aberta. O hospital tem recebido multas por quebra de contrato com o trabalhador e por não estar cumprindo a CLT”, informou o sindicalista.

A direção da Beneficência Portuguesa de Campos foi procurada pela reportagem por telefone e por email. Mensagens de texto foram enviadas para saber se há previsão de normalizar os pagamentos dos funcionários; e informar os motivos dos atrasos de salários. Nenhuma resposta foi dada.

Para Carlos Morales, outros dois hospitais filantrópicos passam por situação semelhante: “Outros dois também têm problemas de salários atrasados, mas expectativa de regularização. Diferentemente da Beneficência que nem o décimo terceiro de 2017 conseguiu quitar”. comentou.

Funcionários da Beneficência Portuguesa disseram que os problemas de atraso de salários passaram a ocorrer depois da conclusão de um edifício moderno que faz parte da instituição. “Essa crise não existia. Aqui é um excelente hospital, com boa infraestrutura e conforto. Porém tem faltado insumos, medicamentos e material para gente trabalhar. Torcemos para que isso passe logo e que voltemos a receber em dia”, disse um auxiliar de enfermagem.

Para Carlos Morales, é uma situação bastante delicada para o hospital. “É uma instituição filantrópica que ajuda muitos pacientes. Os problemas de repasses do SUS e da Prefeitura de Campos não justificam a crise atual”, conclui.






Fonte: Terceira Via