(Foto: Ururau | Divulgação) |
Mães que já não sabem mais o que fazer para alimentar seus filhos que sofrem de intolerância alimentar resolveram se reunir na manhã deste domingo (15/11), por volta das 09h, na Praça do Santíssimo Salvador, no Centro de Campos.
O principal objetivo da manifestação foi sensibilizar o município e retratar as dificuldades que vivem no dia a dia, com a falta do leite Neocate, as mães levaram latas de leite vazias para a praça para simbolizar a falta do alimento.
“Meu filho de cinco meses tem alergia a proteína do leite e só se alimenta do Neocate. Tentei comprar durante um tempo, mais não tenho condições de comprar sempre”, disse Mariangela Teixeira que ressaltou que na Secretaria de Saúde a informação é de que não há previsão da chegada do leite.
Segundo as mães, cada lata do leite custa aproximadamente R$ 200 e no período de um mês são usadas pelo menos três latas. “É um gasto muito grande. Muitas vezes não temos condições e temos que dar mamadeira de arroz. Meu filho está há quatro dias sem ir para a creche, porque os professores tem medo de dar o leite e meu filho ter alguma reação alérgica”, disse a mãe.
Já a mãe Patrícia Nogueira, que tem um filho de dois anos que faz uso do leite Pregomin, disse que já teve que ouvir muitas coisas desagradáveis. “Já ouvi de uma pessoa que meu filho não precisa mamar de madrugada e que posso dar água a ele. Como que vou explicar para o meu filho que ele não deve mamar? Como faço ele parar de chorar? Ele é uma criança como outra qualquer que gosta de leite. Não estamos aqui por frescura ou vaidade, estamos por necessidade”, finalizou a mãe que ainda revelou que no mês passado conseguiu uma doação de 10 latas de leite e que agora o leite está acabando, não sabe o que fazer.
A equipe do Site Ururau entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos, que enviou a seguinte nota "A Secretaria Municipal de Saúde aguarda a chegada de novas latas de fórmulas especiais de nutrição. A previsão é que a entrega aconteça na próxima semana. A Secretaria realizou todos os trâmites administrativos para aquisição das fórmulas, que vêm sendo distribuídas ao longo do ano. Este ano, mais de 36 mil latas foram dispensadas, como por exemplo, neocate, neocate AD, pregomin e aptamil, contemplando cerca de 500 pessoas.
O serviço não é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas é um programa municipal, pago com royalties do petróleo. Campos é a única cidade do interior do estado com um Programa de Nutrição que não apenas distribui fórmulas especiais, mas que também oferece atendimento completo com equipe multidisciplinar, incluindo nutricionistas e alergistas.
De acordo com a gerente de Nutrição, Cristiane Ambrósio, crianças com restrição à proteína do leite de vaca e seus derivados não necessariamente apresentam restrição a alimentos saudáveis, de forma em geral, como legumes, verduras, frutas, entre outros. “Portanto, os pais devem seguir a dieta nutricional indicada pelos nutricionistas da Gerência. Cada caso é um caso, mas outros alimentos devem ser inseridos gradativamente, para que as crianças tenham um melhor desenvolvimento, se essa for a indicação”, disse".
Fonte: Ururau