(Fotos: Ralph Braz) |
Depois de um ano do lançamento do Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias do governo federal as duas ferrovias previstas para serem construídas na região ainda não saíram do papel. Uma delas terá início em Campos, passando por Corintos (MG) até a cidade de Uruaçu (GO). O outro projeto é a Ferrovia Litorânea, que começa na cidade do Rio de Janeiro, seguindo por Campos até Vitória (ES). Em ambos os projetos, grandes empreendimentos como o Superporto do Açu, em São João da Barra, e o Complexo Logístico e Industrial Farol-Barra do Furado, entre Campos e Quissamã, serão os principais beneficiados. Na última terça-feira, um grupo de prefeitos esteve em Brasília para tentar reverter a determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para extinguir a Estrada de Ferro Leopoldina, que é administrada pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Diante desta notícia, a prefeita Rosinha terá um novo encontro com o ministro dos Transportes, César Augusto Rabello Borges, para discutir a revitalização do sistema ferroviário em Campos.
Os estudos para a construção das duas ferrovias que interligam Campos a outros estados — Minas, Goiás e Espírito Santo — foram realizados em 2012, e estavam previstas audiências públicas no mês de março deste ano, publicação do edital em maio, licitação em junho e assinatura do contrato em julho, mas, até agora, os prazos não foram cumpridos, segundo o deputado federal Paulo Feijó, que tem acompanhado o projeto de construção das ferrovias. Ele afirma que ainda estão sendo realizadas as audiências públicas, e que o processo é demorado e com muitos anos de obras.
— Apesar de o governo federal ter pedido agilidade nesse processo, até agora não saíram das audiências públicas. O cronograma estabelecido não está sendo cumprido e não tem previsão de conclusão. Ferrovia é sinônimo de desenvolvimento, principalmente em regiões que têm a pretensão de se tornar altamente industrializadas. A medida será um facilitador, porque o modal ferroviário beneficiará o transporte de cargas, além de desafogar as rodovias, principalmente a BR 101, que está saturada. Mas, é preciso que o processo seja acelerado e, como deputado, vou conversar com o ministro dos Transportes, César Borges, para saber o que se pode fazer com relação a isso — concluiu o deputado Paulo Feijó.
O trecho ferroviário tem extensão de 1.706km, passando pelos estados de Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e o Distrito Federal. A ferrovia será construída de acordo com os padrões modernos adotados na nova malha ferroviária em implantação no país, com dormentes de concreto e bitola de 1.600 metros, o que permitirá às composições de carga desenvolver velocidade de até 80km/h. Os investimentos previstos variam de R$ 19 bilhões a R$ 28 bilhões.
A assessoria de comunicação da ANTT não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: Folha da Manhã