(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
A possibilidade de transferência dos serviços do Instituto Médico Legal (IML) de Campos para Macaé por falta de legistas causou indignação nas redes sociais. O caso veio a público nessa quinta-feira (14) por meio de uma publicação do vereador Fred Machado (PPS), que mostrou insatisfação sobre o tema e pediu a permanência do órgão no município. O IML é ligado à Polícia Civil, que enfrentou diversos protestos e paralisações de servidores e delegados em protesto pelo corte de gastos do Governo do Estado. No final do dia, a Prefeitura se comprometeu a ajudar o IML cedendo médicos da rede municipal.
Fred Machado criticou a possível transferência em meio à onda de violência no município. “Campos não pode, com este índice de mortes, seja por insegurança do Estado, seja por inoperância do município, trazer, mais sofrimento aos nossos munícipes”, disse.
De acordo com uma fonte, que preferiu manter o anonimato, o risco de fechamento do IML é motivado pelo número reduzido de legistas na unidade. Segundo a fonte, atualmente somente dois médicos estão responsáveis por todo o trabalho, quando ideal seria de cinco profissionais. Ainda segundo a fonte, a aposentadoria de dois legistas e o afastamento por licença médica de mais dois profissionais, aliado aos poucos concursos públicos para o cargo, teriam agravado o problema.
Segundo o perito legista Jober Brito, responsável pelo IML de Campos, há um déficit de profissionais da área por falta de um novo concurso público.
— Temos colegas que aposentaram e outros dois estão em licença médica. Não existe disponibilidade de peritos para serem transferidos para cá porque todas as outras regiões estão passando pelo mesmo problema — explicou.
O deputado estadual Bruno Dauaire (PR) acredita que a falta de planejamento do governo do Estado na escolha das prioridades em momento de crise é o fator responsável pelo problema.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) José Roberto Crespo o serviço do IML é essencial e não deve ser transferido para outro município.
Por nota, o presidente da Comissão de Defesa da Saúde da Câmara Municipal de Campos, vereador Paulo Hirano (PR), informou que após uma petição de apoio de peritos, intermediou uma reunião com a prefeita Rosinha Garotinho (PR) e com o secretário de governo, Anthony Garotinho, e propôs a cessão temporária de médicos servidores municipais, de forma emergencial, para não interromper os serviços, o que foi acatado pela prefeitura. O vereador afirmou que somente ontem, foram realizaras três necropsias no IML de Campos.
Fonte: Folha da Manhã