sexta-feira, 15 de julho de 2016

Mães com medo da meningite pedem a Rosinha vacina em abaixo-assinado

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)
Campos tem, somente esse ano, 23 casos de meningite. Sete pessoas já morreram vítimas da doença. A prefeitura nega surto de meningite no município. O infectologista Nélio Artiles também. Ainda assim, muitas famílias não estão medindo esforços para imunizar as crianças em clínicas particulares, uma vez que o município oferece imunização para apenas um dos cinco sorotipos de meningite. Na rede privada, as doses custam em média R$ 1 mil, no total.

Sem condições de arcar com esse valor, um grupo de mães campistas criou um abaixo-assinado virtual e pretende enviá-lo à prefeitura, ao Ministério Público e ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O grupo ainda planeja fazer uma manifestação no próximo dia 31. Na ocasião, a Tocha Olímpica estará passando pela cidade.

A empregada doméstica Jéssica Mendes tem duas filhas – uma de seis e outra de três anos. As meninas frequentam a mesma escola onde também estudava Joyce Cândido Silva, de seis anos. Ela e a irmã – Ana Vitória Cândido Silva, de um ano e seis meses – morreram em maio desse ano, vítimas de meningococcemia. “Na época em que a Joyce morreu, eu fiquei apavorada. Mas como as aulas foram suspensas por uns dias para imunizar a escola, fiquei mais tranquila. Mês passado, a filha de uma amiga pegou meningite também. E tem esses casos todos que a gente ouve falar. Desde então estou economizando para poder vacinar minhas filhas. Ganho um salário mínimo no meu emprego e tenho uma pensão”, relatou Jéssica. Para vacinar as meninas, Jéssica terá que desembolsar aproximadamente R$ 2.160.

Já as três filhas da doceira Jéssika Félix ficarão sem imunização contra os quatro sorotipos de meningite. “Meu marido ganha um salário e meio. Eu faço bolos de vez em quando. Não vamos ter condições de vacinar nenhuma delas (filhas). Eu vou estar presente na manifestação do dia 31. Com tanto dinheiro para obras, a prefeita bem que poderia oferecer essa vacina para as crianças”, ressaltou Jéssika.

O infectologista Nélio Artiles destacou que no inverno aumentam os números de casos de meningite porque as pessoas dão “brecha” para o vírus. “Mesmo com o tempo frio e nublado é importante abrir as janelas e deixar o ar circular. Além de se preocupar com a alimentação e a higiene”. E completa: “Campos ainda não tem um surto da doença. É claro que os episódios de morte registrados no município apavoram e ligam o sinal de alerta. Mas, não há motivos para, por exemplo, se endividar para comprar as vacinas que o município não oferece”.

A meningite do tipo C é a mais comum e transmitida por vírus. Os demais sorotipos, segundo o infectologista, são mais severos e, normalmente, fatais.

Para participar do abaixo-assinado basta clicar no endereço: 

Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o jornal tentou contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, sem obter respostas. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará as versões para este fato.











Fonte: Terceira Via