(Foto: Silvana Rust | Terceira Via) |
De um lado da cidade cerca de 100 ambulâncias abandonadas no pátio da Secretaria Municipal de Transporte parecem virar sucata. Já em bairros como o Jockey Clube, Penha e Turfe, moradores precisam do transporte destas unidades móveis de saúde e passam por dificuldades para conseguir o serviço. Enquanto isso, ambulâncias novas com placa de Três Rios podem ser vistas pelas ruas da cidade, já que um contrato publicado no dia 16 de junho de 2014 no Diário Oficial, mostra a contratação dos veículos da empresa Primme com dispensa de licitação. O contrato ficou no valor de R$ 8.041.500,00 (oito milhões, quarenta e um mil e quinhentos reais).
A reportagem do Terceira Via foi à Unidade Básica de Saúde do Turfe, nesta sexta-feira (17), e a ambulância não estava no local. Questionados, funcionários informaram que o veículo fazia o atendimento na UBS da Penha, já que o bairro também estaria sem a unidade móvel para o transporte de pacientes.
No Jockey, a situação não é diferente. Com a garagem vazia, funcionários do posto de saúde contaram que o veículo foi para o conserto. Após cerca de um mês parado – quando a chave codificada do automóvel foi roubada – responsáveis teriam levado a ambulância para providenciar o reparo.
Com o irmão acamado há pouco mais de um ano, após ter sofrido um acidente de trânsito, a idosa Vera Lúcia do Rosário é uma das pessoas que precisa do transporte e sofre com a falta de assistência do poder público.
“Precisamos levar ele para fazer a fisioterapia três vezes por semana. Moro no Jockey e aqui não consegui ambulância. Fui ao posto do Turfe e consegui lá, mas não é sempre que eles vêm. Hoje mesmo, juntei um dinheiro pra pagar um táxi pra levar e buscar meu irmão, pois não quero que ele falte nas sessões de fisioterapia”, lamentou a idosa.
Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o jornal Terceira Via tentou contato com a assessoria da Prefeitura de Campos a fim de esclarecer a situação, principalmente, para quem precisa utilizar as ambulâncias.
A reportagem levantou questionamentos como “Por que várias ambulâncias estão paradas na Secretaria Municipal de Transporte?”, “De quem é a responsabilidade por estas ambulâncias?” e ainda “O que está sendo feito para suprir a ausência destes veículos nos postos?”, entre outras perguntas, sem obter respostas. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará as versões para este fato.
Fonte: Terceira Via