quarta-feira, 22 de abril de 2015

INDUSTRIAS OFFSHORE ANUNCIAM EXPANSÃO E DÃO NOVO ÂNIMO A MACAÉ

(Foto: Daniel Castelo Branco | O Dia)
A crise ainda parece longe do fim. Afinal, as causas vão muito além de seus limites territoriais. Mas a cidade que mais sofre com a desvalorização do barril de petróleo no mercado mundial, agravada pela avalanche de denúncias de corrupção contra a Petrobras na Operação Lava Jato, ainda tem fôlego para garantir o título de “capital nacional do petróleo” por um bom tempo. Grandes empresas do setor anunciam que pretendem manter seus projetos de expansão em Macaé.

A Oil States Industries do Brasil está investindo R$ 60 milhões para ampliar sua planta no bairro Cavaleiros, em área de 70 mil metros quadrados na Linha Azul. A expectativa é gerar 100 empregos diretos e 50 indiretos. O projeto da nova unidade para reparo de risers (tubos de conexão aos poços de petróleo) está em fase de aprovação pela Secretaria de Obras e será executado em duas fases.

“A empresa acredita que essas ‘ondas’ de crise vêm e vão. Os INVESTIMENTOS são feitos de forma mais cautelosa e, por isso, esse projeto de Macaé será feito em duas fases. Estamos na fase inicial. Quando começar a crescer, complementamos a construção”, explica o diretor da Oil States no Brasil, Marcio Robles.

Há dez anos na cidade, a empresa espera que a licença saia até o final deste mês e, em junho, comece a obra. “A construção de uma planta tem visão de longo prazo. A expectativa é que o cenário do setor de petróleo comece a melhorar em três anos. Neste momento é preciso focar no fluxo de caixa”, afirma Robles.

A multinacional americana National Oilwell Varco (NOV) também está investindo R$ 250 milhões na construção de uma fábrica de risers na cidade. Cerca de 250 trabalhadores foram contratados para a obra, em dezembro. Atualmente, a empresa possui 550 funcionários e a meta é chegar a 800, quando a nova unidade ficar pronta.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento de Macaé, Vandré Guimarães, a AF Global anunciou na semana passada que vai contratar mais 70 trabalhadores na cidade para cumprir um novo contrato, de R$ 60 milhões com a Petrobras, para manutenção de risers. Atualmente, a empresa tem 400 funcionários no município. “Falam de Macaé como a cidade que quebrou, que faliu. O nível de emprego foi reduzido (cerca de 3 mil postos foram fechados nos primeiros três meses deste ano), mas o petróleo continua uma atividade econômica pujante.”

Segundo ele, informação não-oficial da Petrobras revela que a Bacia de Campos tem RESERVAS provadas de petróleo até 2060. Ou seja, pelo menos até lá, a megaestrutura montada na cidade para atender a principal bacia petrolífera do país não deverá ser desmobilizada. Se depender do prognóstico, o petróleo ainda vai jorrar por muito tempo na região mais rica do estado.

A grande esperança, diz Guimarães, é a divulgação do plano de negócios da Petrobras, prevista para ocorrer até maio. “A falta de credibilidade da Petrobras causa problemas para empresas que prestam serviços. Com o plano, o mercado vai ficar mais seguro. Vai entender que a Petrobras tem capacidade de honrar com esses INVESTIMENTOS, o que diminui a desconfiança dos agentes financeiros”, avalia.

Projetos de mais de R$ 1 bilhão

Um levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) mostra que oito empreendimentos da cadeia de óleo e gás deverão se instalar ou ampliar atividades em Macaé. Somente Aker Solutions, Brazil Suplly, Transocean e Trelleborg juntas deverão investir R$ 920 milhões, gerando pelo menos 1.750 empregos. O estudo não apresenta investimentos e empregos previstos por Halliburton, Vallourec, Bardot e MPE.

Segundo a prefeitura, Statoil, Continental e Schlumberger também têm projetos de instalação ou expansão. “Empresas com contratos longos não vão ver a crise e não vão demitir. A Odebrecht, por exemplo, tem contratos até 2020”, diz Guimarães. A notícia de que a Petrobras vai paralisar os investimentos em perfuração favorece a cidade, já que o foco será manter a produção nos poços já furados, a maior parte, no pós-sal da Bacia de Campos — e não no pré-sal da Bacia de Santos.







Fonte: O Dia