(Foto: Ralph Braz) |
Um grande mistério ronda o governo do prefeito de São João da Barra, José Amaro Martins (PMDB), o Neco, que há oito meses não efetua o pagamento de uma dívida de cerca de R$ 7 milhões com a Santa Casa de Misericórdia de Campos. O vereador Carlos Machado Silva (PT do B), o Kaká, bem como o resto da oposição, busca decifrar o enigma, mas o que consegue é chegar à suspeição de que a prefeitura está mesmo "quebrada". "Disso podemos tirar a seguinte conclusão: ou o governo Neco está perdido ou a prefeitura está mesmo quebrada. Se for a segunda opção, cabe a nós a seguinte indagação: onde foi parar a receita de milhões em royalties que jorram o tempo inteiro nos cofres da prefeitura, com tantas obras paralisadas, algumas delas há quatro anos sem que alguém dê uma explicação? Hoje um mistério muito grande ronda o governo Neco", concluiu Kaká.
Neco disse que, ao contrário do que fora afirmado nos meios de comunicação do município, "o contrato assinado entre a prefeitura e a Santa Casa de Campos existe".
O vereador obteve uma cópia do documento, assinado pelo prefeito, a ex-secretária municipal de Saúde do município, Lúcia Regina Machado Pessanha, e o provedor da Santa Casa de Campos, Benedito Marques, em 02/01/2013. O valor do convênio assinado é de mais de R$ 17 milhões (17.192.060,40).
A reportagem de O Diário entrou em contato com a prefeitura de São João da Barra, porém, até o fechamento dessa edição nem o prefeito Neco, ou a sua assessoria, se pronunciaram sobre as novas denúncias do vereador Kaká.
Direção da santa casa será convocada
Segundo Kaká, que participou na ultima quarta-feira do programa Debates da Diário, da Rádio Diário FM, a pendência com a Santa Casa de Campos só tem feito piorar a já crítica situação da Saúde no município, que não possui hospital municipal, e postos de saúde estão com obras em atraso.
Nesta quinta-feira, na sessão da Câmara Municipal, o vereador entrou com um requerimento onde pede a convocação de diretores da instituição hospitalar de Campos a fim de prestar esclarecimentos. "Deus queira que seja resolvido esse impasse e que os serviços voltem a ser prestados. O que não podemos é deixar nosso povo passando por essa dificuldade. O cancelamento ou suspensão do convênio fez com que fosse interrompido os serviços de simples exames, operações ou internação".
De acordo com Kaká, a situação da prefeitura já resulta na estagnação da economia do município com os investimentos públicos paralisados. "São obras aguardando conclusão e empresários cobrando dividas através da mídia, enquanto outros se lamentam... São dividas com a Santa Casa de Campos, com a Santa Casa de São João da Barra que já vai para três meses sem receber", declarou o vereador.
Fonte: O Diário