sábado, 21 de setembro de 2019

Suicídio: entenda o que pode ser feito para prevenir e ajudar quem o cogita

Imagem: iStock
Como todos já sabem, dia 10 de setembro é o dia escolhido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, assim como o mês de setembro é inteiramente dedicado à saúde mental. Segundo este órgão, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Em média 800 mil pessoas tiram voluntariamente suas vidas a cada ano. No Brasil ele é causa de 11 mil mortes por ano, o que coloca o país em oitavo lugar nesse triste ranking. Pior é que esse número vem aumentando por aqui (ao contrario do que está acontecendo no resto do mundo). Segundo o Jornal Brasileiro de Psiquiatria, a taxa de suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos aumentou 24 % entre 2006 e e 2015.

A taxa global de suicídio é de 10,5 casos para cada 100 mil habitantes, mas, nos territórios ricos concentra-se a maior prevalência 11,5 casos a cada 100 mil. Por que isso? Como vimos, os números são assustadores. Mas o que leva as pessoas a tamanho ato de violência contra si mesmas? Problemas econômicos? Inadequação nos relacionamentos? Doenças físicas? Angustia, desespero, frustrações? Depressão? Falta de perspectiva? 

Qualquer que seja o motivo (e são muitos), existe uma inabilidade para se lidar com o presente ou para se construir o futuro. A ideação de pensamentos suicidas advém de uma mente em extremo sofrimento oriundo de uma crise existencial profunda. No caso dos adolescente há quem culpe a superproteção familiar que os impede de criar habilidades ou resistências para lidar com as adversidades. Na sociedade moderna, são criados como seres especiais, onde em seu habitat são "pequenos príncipes" que tudo podem, merecedores de tudo e com poucas atribuições para dar em troca. 

Mas, quando descobrem que o mundo não reconhecerá facilmente sua genialidade se transformam em jovens depressivos e introvertidos. Óbvio que nem sempre é assim. Existe sim, um fator genético para a depressão que se manifesta na maioria das vezes. O problema fica muito maior quando esse modelo de criação e a genética se encontram.

Talvez a tecnologia tenha também sua parcela de participação. Afasta-nos do que é importante, tornando as relações frágeis mesmo com um capital de milhares de "amigos', nos oferecendo a visão sob a ótica distorcida da rede social onde o mundo dos outros é perfeito, invejável e maravilhoso. Além disso, mostra ao mundo os fracassos inerentes do viver de forma exponencial.


Muitas são as razões mas nenhum motivo suficiente. O suicídio é sem dúvida a expressão mais clara do fracasso extremo da sociedade moderna. Tudo isso é controverso e cabem muitas considerações. O fato é que a decisão de se matar não advém de uma mente sadia, mas sim de alguém que está em grande sofrimento e com uma percepção distorcida da realidade e mesmo que adequada, não consegue lidar com ela e nem enxergar a luz.









Fonte: UOL