(Foto: Ralph Braz) |
Mais um capítulo turbulento movimenta a situação da saúde pública municipal. Na tarde de ontem, representantes de entidades hospitalares conveniadas à rede atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se reuniram, a portas fechadas no auditório da sede da Prefeitura de Campos, em assembléia com a prefeita Rosinha Garotinho e secretários de governo. Na ocasião, os diretores dos hospitais teriam negado que tenham manifestado ao Ministério Público (MP) a possibilidade de interrupção no atendimento à população, como divulgado anteriormente pela Folha da Manhã. De acordo com alguns representantes, o que teria ocorrido na verdade, uma antecipação do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde da Região Norte Fluminense (SINDH–Norte), em levar ao conhecimento do Juiz da 1ª Vara Cível de Campos, Ralph Machado Manhães Júnior, como certo, um tema que ainda seria discutido na próxima segunda-feira (06).
Procurados pela reportagem no final da assembleia, para esclarecer o que havia sido discutido na reunião, e quais seriam os novos caminhos da saúde, os presentes não quiseram falar com a imprensa.
O relato emitido pelos administradores das entidades privadas que prestam serviço mediante vínculo com o Poder Público, em assembléia, teria contribuído para a suspensão, também na tarde desta sexta-feira, da decisão do Juiz Ralph Machado Manhães Junior, que na última quarta-feira (1º) havia determinado o afastamento dos secretários de Controle, Lançamento e Auditoria, Suledil Bernardino, e o secretário da Fazenda, Walter Jobe, por não terem apresentado documentos que comprovassem que o repasse de verbas às unidades contratualizadas estaria correto. Através do desembargador da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ–RJ), Fernando Siqueira, o impedimento, foi vetado. Ainda sendo o responsável pela suspensão, o desembargador disse que não ignoraria que a difícil situação pela qual a saúde pública do município passa, em especial as entidades privadas que prestam serviço mediante vínculo com o Poder Público.
Médicos alegam atraso salarial e ameaçam
Enquanto os representantes dos hospitais negam que haja possibilidade de paralisação nos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Sindicato dos Médicos de Campos (SIMEC) anunciou uma assembléia da categoria, para discutir a situação dos prestadores de serviço ao SUS na rede conveniada, em virtude do atraso no pagamento das gratificações dos médicos cedidos pela Secretaria de Estado de Saúde e Ministério da Saúde, à rede pública. A assembléia ocorrerá no próximo dia 7 no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia.
De acordo com o presidente do SIMEC, José Roberto Crespo, existiria a possibilidade da categoria não suportar conviver com a ausência de perspectivas salariais. Segundo ele, alguns profissionais estariam sem receber desde o mês de outubro de 2014. “Quem banca a saúde são os médicos, quem arca com o custo, verdadeiramente, são os médicos, que em muitos casos trabalham sem o menor reconhecimento. É necessário compreender que os doutores são cidadãos comuns, que possuem contas mensais, que pagam impostos, e necessitam ser remunerados corretamente pelo trabalho que executam. É impossível seguir assim. Reitero, é impossível”, desabafou o presidente.
Fonte: Folha da Mnahã