sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ESPECIALISTA ANALISA LINGUAGEM CORPORAL DOS CANDIDATOS NO ÚLTIMO DEBATE


No último debate entre os presidenciáveis, nesta quinta-feira, na Globo, os candidatos se esforçaram para conquistar os eleitores com argumentos e promessas montados em discursos pré-elaborados. Mas, além do que foi dito em palavras, o que será que eles deixaram transparecer na postura, no tom de voz e nos gestos? O EXTRA convidou um especialista em linguagem corporal para analisar o desempenho dos sete participantes. Paulo Sergio de Camargo, autor dos livros “Não minta para mim! Psicologia da Mentira e Linguagem corporal” e “Linguagem Corporal”, observou o esgotamento dos políticos com o fim da campanha e traçou um perfil deles. Veja a seguir:


Dilma Rouseff

- Melhorou seu desempenho, quando se trata de linguagem corporal, ao longo do programa.

- Ela começou muito insegura e chegou a gaguejar no primeiro bloco. Estava muito tensa e preocupada. O que mais impressionou foram os gestos de agressividade quando ela atacava a Marina, que não parecia uma adversária, mas uma inimiga

- A Dilma ergue o queixo, o que passa uma imagem de arrogância.


Marina Silva

- Foi quem aparentou mais desgaste, com a expressão facial e o andar cansados e abatidos. Ela demonstrou que a campanha foi muito pesada para ela, e que os ataques que ela sofreu a atingiram.

- Marina abaixava o queixo e a cabeça ao falar, o que demonstra um excesso de humildade e subserviência.


Aécio Neves

- Foi o que passou mais segurança. Ele não gaguejou e demonstrava convicção em suas respostas. Em termos de linguagem corporal, ele foi o melhor candidato ontem.

- Ele falava com o queixo na horizontal, falando diretamente com os candidatos e falava com o polegar erguido, que mostra vitalidade e energia.

- O Aécio deixava o rosto reto, demonstra mais equilíbrio.


Levy Fidelix

- Criticado pelos oponentes, aparentava estar extremamente tenso durante todo o programa

- Ele estava muito nervoso, e seu corpo mostrava isso. Entre as sobrancelhas aparece uma ruga vertical. É a ruga da dificuldade. A mandíbula ficava tensa, e ele respirava mais fundo. As bufadas que ele dava demonstrava que ele estava ganhando energia, pronto para atacar. Apontar o dedo, como ele fez, é um sinal de acusação, de agressividade, usado para acusar alguém.


Luciana Genro

- Era a que menos expressava emoção pelos gestos e entonação.

- Em alguns momentos de nervosismo, a voz dela ficava mais aguda. Isso se torna até mesmo irritante em alguns momentos.


Eduardo Jorge

- Ele foi “entregue” pela sua linguagem corporal:

- Ele é exagerado e não coordena o que fala com o seu corpo. Tem horas que o corpo demonstra algo diferente do discurso que ele está fazendo.


Pastor Everaldo

- Parecia muito inseguro, muito perdido.


O QUE  ELES PRECISAM APRENDER

- Os candidatos ainda precisam aprender lições importantes para a usar o corpo a seu favor em aparições públicas. No geral, eles foram bem mal educados, em termos de linguagem corporal. Quando os candidatos faziam perguntas, eles faziam caras e bocas, olhavam seus papeis e não davam a mínima atenção. Era como se o oponente nem estivesse ali.

- Os candidatos também apontavam o dedo, o que é um sinal mal educado em várias culturas. Dilma, Marina, Aécio, Levy e Luciana fizeram isso ontem.

- Eles deveriam sorrir. mesmo sendo uma situação tensa, eles deveriam sorrir quando se dirigiam ao público. O sorriso é uma arma de comunicação muito poderosa, gera muita empatia.