O governador em exercício do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil), promoveu, nesta quinta-feira (3), mais uma exoneração na estrutura do governo: Kennedy de Assis Martins da presidência do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-RJ). A exoneração saiu em uma edição extraordinária do Diário Oficial do Poder Executivo, publicada no fim da tarde, que trouxe também a demissão do secretário de Transportes, Washington Reis (MDB), até há pouco tempo um dos nomes mais próximos do governador titular Cláudio Castro (PL).
O governador Cláudio Castro está em viagem oficial a Portugal, onde participa do Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo tribunal Federal (STF). Ele retorna ao Rio na segunda-feira (7).
Kennedy era apadrinhado pelo deputado estadual Dionísio Lins (PP). Sua demissão estaria ligada a pressões internas da base governista na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Dionísio vem sendo criticado por manter cargos no Executivo estadual ao mesmo tempo em que apoia a pré-candidatura de Eduardo Paes (PSD) ao governo em 2026. novo capítulo da crescente crise política no estado ao exonerar
As exonerações de Washington Reis e de Kennedy de Assis Martins escancaram o racha entre o grupo de Cláudio Castro e Bacellar. Reis vinha sendo alvo de críticas por não aderir à candidatura de Bacellar e manter vínculos com o prefeito Eduardo Paes. No último domingo, Paes publicou nas redes sociais um vídeo ao lado de Washington e de seu irmão, o deputado Rosenverg Reis (MDB), elogiando a atuação dos dois em um projeto social. O gesto foi lido como provocação no meio político fluminense.
A crise chegou ao ápice na última segunda-feira, quando Bacellar articulou e levou ao plenário da Alerj a convocação de Washington Reis para depor na CPI da Transparência, uma das comissões mais delicadas em curso na Casa. A aprovação foi quase unânime — o único voto contrário veio de Rosenverg Reis, irmão de Washington. Após a votação, Bacellar e Rosenverg protagonizaram um embate verbal, com acusações sobre quem realmente controla o estado. “Não me confunda com Cláudio Castro”, retrucou Bacellar, após Rosenverg acusá-lo de tentar governar nos bastidores.
