O novo pacote de tarifas anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ameaça causar um prejuízo bilionário ao setor industrial do Rio de Janeiro. Estimativas do governo estadual apontam para perdas de R$ 830 milhões — o equivalente a 0,7% do PIB fluminense — com impacto direto em quatro municípios-chave: Rio, Duque de Caxias, São João da Barra e Volta Redonda.
A medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto, prevê uma alíquota de 50% sobre produtos como aço, ferro, alumínio e itens ligados à energia limpa, atingindo em cheio setores onde o estado tem forte presença exportadora. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), óleo bruto, siderúrgicos e máquinas e equipamentos estão entre os mais afetados.
O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, disse que o setor produtivo encara a decisão americana com grande preocupação, especialmente pela velocidade na implementação e pela ausência de diálogo prévio entre os países. Para ele, o ideal seria um prazo maior para que os dois lados pudessem seguir conversando em busca de uma solução equilibrada. Na avaliação de Caetano, uma retaliação comercial por parte do Brasil não seria o caminho mais viável. Ele defende que o momento exige diplomacia e negociação, e não reações precipitadas que possam acirrar ainda mais o conflito econômico.