segunda-feira, 21 de julho de 2025

Com apoio de Silas Malafaia, Claudio Castro tenta convencer Jair Bolsonaro a apoiá-lo para o Senado


A disputa pela segunda vaga do Senado no Rio de Janeiro em 2026 já começou nos bastidores. Aliados do governador Cláudio Castro (PL) apostam em um reforço de peso para convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro: o pastor Silas Malafaia, figura influente no bolsonarismo. As informações são do Estadão.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem indicado nos bastidores a intenção de apoiar o líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), para a vaga. A primeira cadeira ao Senado, no campo da direita, já está praticamente garantida para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que vai buscar a reeleição.

De olho nessa segunda vaga, Castro correu a Brasília na última semana. Conversou com Flávio e com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, para tentar fechar o cerco e mostrar força política. Pessoas próximas ao governador destacam que ele tem dois trunfos: a amizade com Malafaia e a vitória expressiva na eleição de 2022, quando foi reeleito no primeiro turno com quase 5 milhões de votos.



O momento não é simples para Bolsonaro. Prestes a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da trama golpista, ele já cumpre medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. A estratégia é clara: lotar o Senado com aliados para, quem sabe, abrir espaço para impeachments contra ministros da Corte. Nesse tabuleiro, Sóstenes é visto como um nome mais fiel ao ex-presidente.

Mas Castro tem insistido que, se ficar fora da corrida, a esquerda pode crescer no Rio. O alerta principal é o nome da deputada petista Benedita da Silva (RJ), que poderia roubar a vaga da direita.

A viagem de Castro a Brasília também serviu para alinhar questões internas do grupo. O governador precisou explicar para Flávio os motivos que o levaram a manter a demissão de Washington Reis (MDB) da Secretaria de Transportes, decisão assinada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), durante sua ausência no exterior.


Flávio chegou a cobrar publicamente a volta de Reis ao cargo, mas não teve sucesso. Na conversa reservada, o governador justificou: “mantive a exoneração para evitar um racha com a Assembleia”, disse a interlocutores. A crise se agrava porque Reis e Bacellar são adversários declarados e já se movimentam para a disputa pelo governo do Estado.