A nomeação de Eduardo Bolsonaro como secretário de Relações Internacionais do governo do Rio, artifício usado para que o parlamentar não perca o mandato de deputado federal em Brasília, dependeria de um realinhamento entre o chefe do Executivo fluminense, Cláudio Castro, e o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar. É que a lei estadual diz que a posse do secretariado precisa ser feita de forma presencial. Eduardo encontra-se nos Estados Unidos e o prazo para a sua licença parlamentar já expirou no último domingo, fazendo com que seja necessário um arranjo para que não perca o mandato.
Neste contexto, Castro poderia nomear o deputado por São Paulo, como secretário no Rio, como forma de garantir as suas prerrogativas, mesmo exercendo o secretariado fora do Brasil. Desta forma, dizem pessoas próximas dos Bolsonaro, ele carimbaria o apoio do clã para concorrer ao Senado no ano que vem.
Acontece que para isto ser possível, neste momento, seria necessária uma mudança na legislação feita, justamente, através da Alerj. Castro e Bacellar não se falam desde a briga gerada pela exoneração do então secretário de Meio Ambiente, Washington Reis. Apesar de discordar do presidente da Alerj, Castro não voltou atrás na decisão.
Apesar da distância entre eles, cogita-se que, caso solicitado, Bacellar coopere com a mudança legislativa, já que mantém vivo o sonho de ser candidato ao Palácio Guanabara e precisaria reunir as forças da direita, simbolizada pela família Bolsonaro.
Em tempo: Bacellar nega a aliados que vá desistir da campanha ao governo e tem dito que, caso não congregue apoios, pode seguir de maneira independente.