(Foto: Michelle Richa) |
Juízes, membros do Ministério Público e serventuários da Justiça participaram, na tarde desta terça-feira, do ato de desagravo ao juiz Glaucenir de Oliveira. O magistrado vem sendo atacado, em redes sociais e através da imprensa, pelo marido da prefeita Rosinha, Anthony Garotinho, após ter decretado a prisão do ex-governador dentro da operação “Chequinho”. No ato, promovido pela Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e que aconteceu no Fórum de Campos, os juízes afirmaram que não vão se intimidar. Diretor da Amaerj em Campos, Ralph Manhães afirmou que as pessoas precisam entender que o momento é outro: “Não existem mais intocáveis”.
Ralph Manhães lembrou que Glaucenir assumiu o caso em que ele próprio era titular, mas do qual precisou afastar-se porque entrou de férias.
- Ele (Glaucenir) decretou a prisão do ex-governador e, em razão disso, começou a sofrer ataques pessoais, ataques sórdidos. Repelimos essa forma de atuar: atacar as pessoas que estão envolvidas no processo. Ele (Garotinho) foi à imprensa dizer que tinha suspeição contra mim, mas todas foram negadas. Não se pode, quando sofre algum revés na Justiça, passar a atacar o Judiciário. A democracia diz que a forma de defesa é dentro do próprio processo. Se tiver que ser inocentado, será.
Já o juiz Glaucenir Oliveira destacou que o Brasil passa por um crise institucional e que estão, a todo momento, tentando diminuir as prerrogativas da magistratura: “Não trabalhamos com personificação e sim com leis”, disse.
O magistrado acrescentou que não rebate ataques. Porém, todas as tentativas de denegri-lo estão sendo encaminhadas ao Ministério Público: “Pessoas afundadas até o topo em ilícitos vem se auto protegendo através de ataques ao Judiciário”.
O momento sensível que o Judiciário atravessa foi destacado pelo secretário-geral da Amaerj, Luiz Alfredo Carvalho Junior. Ele lembrou que, em uma semana, esse é o segundo ato de desagravo em reação a ataques recebidos por magistrados. O anterior foi a favor do juiz Flávio Citro, no Rio: “A decisão do Glaucenir estava devidamente fundamentada”, destacou. Richard Robert Fairclough, diretor de prerrogativas da Amaerj, também participou do ato.
Fonte: Folha da Manhã