terça-feira, 1 de novembro de 2016

Cheque cidadão: Linda Mara presa em Copacabana


Foragida há cinco dias, a ex-assessora particular da prefeita Rosinha e vereadora eleita Linda Mara Silva (PTC) foi presa no final da manhã desta segunda-feira (31) pela Polícia Federal em Copacabana, no Rio de Janeiro. Também foram presas a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Alvarenga, e a radialista Beth Megafone. Contra as três havia mandado de prisão desde o dia 26, quando foi desencadeada a segunda fase da operação “Chequinho”, que investiga o possível uso político do programa social Cheque Cidadão. O marido de Ana Alice, Luiz Careca, foi detido por haver contra ele mandado de condução coercitiva. Dezenas de desafetos de Linda Mara fizeram questão de montar “plantão” na frente da delegacia da PF em Campos e, quando o grupo chegou, foi recebido com gritos, selfies e desabafos.

Todos os quatro estavam hospedados, desde o dia 28, em um hotel três estrelas em Copacabana. Linda Mara, Beth e Luiz Careca deixaram o local na manhã dessa segunda e passaram por vários telefones públicos, quando foram reconhecidos por um campista, que acionou a Polícia Federal.
A manifestação contra ela na frente da delegacia da PF não chegou a abalar a vereadora eleita. Ela chegou aparentemente tranquila e chegou a esboçar um sorriso dentro da viatura, cercada por manifestantes.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações das operações Vale Voto e Chequinho, Paulo Cassiano Júnior, explicou que, ao fugirem, tanto Linda Mara e Beth - com mandados de prisão temporária - quanto Ana Alice - com mandado de prisão preventiva - demonstram falta de interesse em auxiliar nas investigações. Depois de passarem por exames de corpo de delito, as três mulheres seriam encaminhadas ao presídio feminino, o que não tinha acontecido até o fechamento desta matéria.

— É sabido da proximidade que ela tinha com o secretário de Governo e com outras pessoas que desempenham papel chave na Administração Municipal, mas não estamos desprezando nenhuma informação de nenhum investigado — destacou.

A segunda fase da “Chequinho” foi desencadeada dia 26 e levou à prisão o vereador Kellinho (PR) e a ex-coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch. Não foram encontradas Linda Mara, Beth Megafone e Ana Alice. A ex-secretária, assim como Gisele, já tinha sido presa em setembro, na Vale Voto.

Sábado (29) foi preso o vice-presidente da Câmara, Thiago Virgílio, do mesmo partido de Linda Mara. Ele já estava afastado de suas funções e proibido de entrar no prédio do Legislativo.

Livres – Com Habeas Corpus (HC) obtidos, em decisão da ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dia 28, os vereadores Miguelito (PSL) e Ozéias (PSDB) deixaram a prisão semana passada. Ozéias, sábado (29) e Miguelito, quarta-feira (26), quando passou para prisão domiciliar.

Grupo visto ao passear por Copacabana

O delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano Júnior explicou à imprensa como ocorreram as prisões. Segundo ele, um informante estava no Rio e viu as foragidas Linda Mara e Beth Megafone, além de Luiz Careca, caminhando pela Barata Ribeiro. O campista reconheceu o grupo e acionou a PF, enquanto os monitorava à distância.

O grupo passava de orelhão em orelhão: “Não se sabe porque os telefones públicos não estavam funcionando ou se era alguma estratégia para dificultar um possível rastreamento das ligações”.

Duas equipes da Polícia Federal de Campos estavam no Rio, por terem ajudado na segurança para o segundo turno das eleições, por esta razão não foi necessário pedir auxílio à superintendência da PF na capital.

Ainda segundo Cassiano, ninguém ofereceu resistência ao ser cercado pelos policiais federais. No hotel onde estavam hospedados foi encontrada Ana Alice Alvarenga.

O delegado explicou, ainda, que o hotel já enviou algumas informações – como a data que o grupo hospedou-se no local, dia 28. Durante este tempo, eles pagaram as despesas – cerca de R$ 2 mil – em espécie.

Outros detalhes serão enviados pelo hotel posteriormente. Ele não quis adiantar quais seriam as informações solicitadas pela PF, mas, de acordo com informações extra-oficiais, imagens de vídeo foram solicitadas para saber quem visitou o grupo durante o tempo em que esteve foragido.








Fonte: Folha da Manhã