quinta-feira, 9 de abril de 2015

PREFEITURA DE CAMPOS COMPRA MERENDA ESCOLAR NO SUL DO PAÍS

(Foto: Ralph Braz)
Nesta quarta-feira (8), a prefeita Rosinha se reuniu, em Brasília, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, quando conversaram sobre a implantação do Fundo de Recomposição de Receitas, que tramita como resolução na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para fazer frente à crise econômica nacional e à queda da cotação do petróleo no mercado mundial.

No entanto, a prefeita não prestigiou as empresas campistas quando decidiu comprar no estado do Rio Grande do Sul a merenda das escolas municipais.

As compras aconteceram este ano e sem licitação. Conforme publicado no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a gestão da prefeita Rosinha recebeu no dia seis do mês passado a quantia de R$ 504.729,20 (quinhentos e quatro mil setecentos e vinte e nove reais e vinte centavos). Esta verba é oriunda do governo federal e destinada à alimentação dos alunos da rede pública. Três empresas do Rio Grande do Sul foram contratadas – sem licitação - para fornecer alimentos para as unidades escolares.

Somente em 2014, os cofres públicos receberam R$ 5.496.060,00 (cinco milhões, quatrocentos e noventa e seis mil e sessenta reais). E todo centavo referente a esse repasse foi usado na sua integralidade. Diante dos dados do FNDE e das contratações sem licitação das empresas gaúchas, o jornal Terceira Via foi às ruas ouvir a população.

Para o assistente administrativo Clairo Neves, não investir no próprio município é motivo de indignação. “Esse dinheiro poderia ser aplicado em Campos, gerando emprego local e renda. Será que não tem um empresário na cidade que produz melhor ou igual?”, questiona.

Já a professora Andreia Gomes não vê irregularidades na aquisição pelo município. “Este Fundo (FNDE) repassa para as prefeituras uma verba para que os municípios ofereçam a melhor alimentação possível aos alunos. Não importa de que estado vem. O importante é cumprir com o que determina o órgão”, disse a profissional que atua na rede privada e municipal.

Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o jornal Terceira Via tentou contato com a assessoria de comunicação do município, para saber os motivos pelos quais a prefeitura optou pela compra no Rio Grande do Sul. Sem obter respostas, o jornal aguarda e publicará as versões para este fato.

As três empresas são:

- Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma, situada na Avenida Emancipação, nº 840, Nova Palma (RS), CEP nº 97.250/000, cujo valor do contrato é de R$ 727.106.80 (setecentos e vinte e sete mil cento e seis reais e oitenta centavos).

- Cooperativa Vinícola Nova Aliança, situada na Rua Feijó Júnior, 164 - São Pelegrino, Caxias do Sul - RS, CEP nº 95034-160, cujo valor do contrato é de R$ R$ 175.879.00 (cento e setenta e cinco mil e oitocentos e setenta e nove reais).

- Cooperativa Central Gaúcha de Leite, situada na Rua Marquês do Pombal, 1854 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, CEP nº 90540-000, cujo valor do contrato é de R$ 1.895.028.00 (um milhão, oitocentos e noventa e cinco mil e vinte e oito centavos).





Fonte: Terceira Via