terça-feira, 9 de setembro de 2014

RIO SECO: AMEAÇA DE FALTA DE ÁGUA E ENERGIA

(Rio Paraíba do Sul em São João da Barra | Fotos: Ralph Braz)
Mesmo sem querer encher o leitor com muitos números, é importante dizer que a geração hidrelétrica no país é a mais fraca em nove anos. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que grande parte das 1.137 hidrelétricas em operação no país - responsáveis por 67% da energia elétrica total do país (136,7 mil MW) – operam muito abaixo de sua capacidade de geração.

O motivo - adivinhe leitor e consumidor de energia – é a estiagem que atinge praticamente todas as regiões do país, deixando o Governo à deriva neste mar de preocupações que são os níveis baixos de nossos rios e reservatórios.


Há dez anos, o Brasil tinha 79,6 mil MW de energia baseada em hidrelétricas. Hoje, a geração originária dos rios saltou para 87,6 mil MW. Ou seja, a dependência da matriz hídrica aumentou quase 10%.

É certo que a geração térmica a gás, óleo, carvão e biomassa cresceu bastante neste mesmo período. Em 2004, a energia extraída por essas usinas chegava a 19,5 mil MW, respondendo por 21,5% do potencial energético naquele ano. Atualmente, 39,2 mil MW de geração térmica correspondem a 29% do parque instalado. Outros 4% estão atrelados às usinas eólicas e nucleares. Ao todo, o sistema elétrico é abastecido por 3.350 usinas, entre todos os tipos de fontes de geração.


Ainda assim, o país opera no limite e o Operador Nacional do Sistema (ONS) faz malabarismo para evitar racionamentos e blecautes. Grande número das cidades brasileiras é cortado por rios – como ocorre com Campos dos Goytacazes. Mesmo sem retirarmos nossa energia do Paraíba do Sul, percebemos nele o que milhões de brasileiros observam em seus municípios e estados. Rios secam e colapsam.




Fonte: Terceira Via