"Não aguento mais ver a minha filha sofrendo, deitada em uma cama de hospital, sem ter como ajudá-la e dependendo da boa vontade da equipe do Hospital Ferreira Machado para transferir minha menina para o Rio".
É com este desabafo que a Lívia Queiroz, mãe da pequena Ana Clara Queiroz Borges, de apenas quatro anos, mostra sua indignação com o tratamento recebido pela menina no hospital de Campos.
Ana Clara está internada no HFM desde a última quarta-feira (26 de março), após ter engolido um enfeite de metal de um anel. O objeto foi parar no pulmão da criança e ainda não foi retirado por falta de uma pinça específica para o procedimento.
"Ela já passou por duas cirurgias sem sucesso porque o hospital não tem um instrumento chamado pinça, para a retirada do corpo estranho no pulmão. Desde a primeira operação eles disseram que ela teria que ser transferida para o Rio, mas até agora nenhuma providência foi tomada e minha filha continua sem atendimento especializado. Uma outra cirurgia foi feita mas também sem sucesso. Não aguento mais ver minha filha sofrer e não ter respostas da equipe médica", disse Lívia.
A família da criança quer que Ana Clara seja transferida imediatamente, antes que seu quadro se agrave.
"Queremos mais respeito e informações. Estamos desde quarta-feira esperando por esta transferência, com uma criança que pode até pegar uma infecção devido a seu quadro clínico. Minha filha precisa de atendimento urgente e eles parecem não respeitar nossa dor", relatou o pai, Diego Borges.
Depois de passar por dois procedimentos de broncoscopia no Ferreira Machado, Ana Clara continua internada na enfermaria da unidade pediátrica. A menina implora aos pais para ir embora.
"Nossa filha está cansada, já passou por duas cirurgias e seu quadro continua o mesmo. Por que fazer duas cirurgias com instrumentos que não são ideais? Porque não nos dão uma resposta sobre sua transferência. Somos pais, queremos ter nossa filha em nossos braços com saúde e para isso estamos lutando por respostas. Ela só pede para ir para casa, mas não sabemos nem o que responder para ela", disse Lívia.
Em contato com o Hospital Ferreira Machado e segundo a assessoria da unidade, a equipe de médicos realizou duas tentativas de retirada do objeto do pulmão da paciente com pinças de médio e longo alcance, porém, sem sucesso. Ainda de acordo com a assessoria, Ana Clara foi incluída no sistema de regulação para transferência para um hospital especializado no Rio, o que deve acontecer no início da semana.
Fonte: Terceira Via