(Fotos:Ralph Braz) |
SUA HISTÓRIA
Em meados do século XVI, a região foi doada, pelo rei de Portugal Dom João III, a Pero de Góis da Silveira, quando passou, então, a constituir a chamada Capitania de São Tomé, logo rebatizada como Capitania do Paraíba do Sul. Na época, porém, a região já era habitada pelos índios goitacazes, que opuseram feroz resistência à implantação do cultivo de cana-de-açúcar pelos portugueses, inviabilizando a colonização portuguesa. A partir de 1627, com a doação do território aos chamados Sete Capitães, a colonização portuguesa, baseada na pecuária, começou a se processar de modo efetivo.
(Igreja de São Francisco de Assis) |
Em 1652, ocorreu a instalação do primeiro engenho de açúcar na região, marcando o início dessa importante atividade econômica. Em 29 de maio de 1677, foi fundada a vila de São Salvador dos Campos. Foi elevada à categoria de cidade em 28 de março de 1835.
Em 1837, com o aparecimento da ferrovia, facilitou a circulação transformando o município em centro ferroviário da região. A grande riqueza de Campos no séc. XIX pode ser creditada à expansão da produção açucareira, inicialmente apoiada nos engenhos a vapor, mais tarde substituídos por usinas. Em 1875, a região contava com 245 engenhos de açúcar e, por volta do ano de 1879.
Durante todo o século XIX atingiu grandes progressos, alavancados pelo ciclo do açúcar, o "ouro-doce", constituindo uma opulenta nobreza rural, com barões, viscondes, condes, comendadores, fidalgos, etc., sendo prestigiada pelo Imperador Dom Pedro II e sua família em várias ocasiões.
Em Campos, a natureza da geografia deu uma voltinha na tradição. Porque o primeiro espaço que poderia ser a praça principal foi ao lado da Igreja de São Francisco, onde, inclusive, está o marco da cidade. Mas ali logo atrás, corria um valão que desaguava num brejo, onde hoje está a praça da República. E o povoado foi dando passos para terras mais altas, onde construiu a Cadeia, fez uma casa para o Conselho Municipal, foi montado um atracadouro para embarcar e desembarcar mercadorias e uns importantes construíram casa de morar em volta do que seria a Praça São Salvador, com esse nome em homenagem à elevação da Vila à cidade de São Salvador de Campos dos Goytacazes.
AS VISITAS DO IMPERADOR D.PEDRO II
(Imperador D. Pedro II) |
Por sua importância, Campos recebeu por quatro vezes (1847, 1875, 1878 e 1883) a visita do Imperador D.Pedro II, em diferentes períodos, em 1883 quando o imperador inaugurou a luz elétrica da cidade, que passou a ser, assim a primeira cidade da América do Sul a contar com este avanço tecnológico.
(Escavação do Canal Campos- Macaé, por escravos) |
Em 1847, o imperador D. Pedro II fez sua primeira viagem para Campos, onde veio inspecionar as obras do canal. Na sua visita os campistas prepararam para o jovem imperador, então com 22 anos, grandes festas e manifestações de estima e amor. O canal foi escavado pelos escravos. É considerado uma das maiores obras de engenharia do país à época do Império. O seu percurso, com uma largura de 15 metros, estendia-se por 106 quilômetros. Considerando-se apenas a extensão, é o segundo canal artificial mais longo do mundo, sendo superado apenas pelo Canal de Suez.
Percebemos que as três últimas datas de visita do Imperador, 1875, 1878 e 1883 são datas em que o fotógrafo, Guilherme Bolckau já estava presente e atuando na cidade de Campos, e é de se estranhar que não tenha fotografado o Imperador considerando que não encontramos nenhuma imagem produzida por ele referente às visitas. Acreditamos que essas fotos provavelmente devam ter sido feitas, mas infelizmente se perderam ou apareçam mesmo como anônimas, por falta de identificação do autor.
Em 1883, essa última visita foi para a inauguração da energia elétrica. Campos foi a primeira cidade da América do Sul a possuir energia elétrica, inaugura em 23 de junho de 1883. A projeção da cidade de Campos no império era algo de impressionante.
VULTOS CAMPISTAS
Os campistas participaram das campanhas abolicionistas, com José do Patrocínio o "tigre da abolição", e Luiz Carlos de Lacerda, foram os maiores expoentes da causa. Porém foi a última cidade brasileira a aderir à abolição da escravidão.
Já na república, destacou-se Nilo Peçanha, que foi Presidente do Estado do Rio de Janeiro, Vice-Presidente e Presidente da República.
Vários campistas governaram o estado do Rio de Janeiro, como Nilo Peçanha, eleito pela primeira vez para o período de 1903 a 1906 e, pela segunda vez, de 1914 a 1917. Nilo Peçanha foi eleito vice-presidente do Brasil e assumiu o mandato, de 1909 a 1910, com a morte de Afonso Pena.
Benta Pereira, Mariana Barreto, Nina Arueira, Luiz Militão, Carlos Lacerda, Felipe Uébe e tantos mais
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CAMPOS E SEU PASSADO
(LICEU) |
Atualmente, Campos dos Goytacazes é o Município litorâneo mais populoso do Brasil, com mais de 500 mil habitantes e o maior Município fluminense em extensão territorial, com área de 4.040,6 quilômetros quadrados. O mar de Campos detém as maiores reservas de gás natural e petróleo do País.
Fonte: Blog Pense Diferente
Fotos Antigas: Blog Campos fotos (João Pimentel)