quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ADVOGADO DE DONO DE BOATE CULPA CORPO DE BOMBEIROS POR MORTES

Imagens revelam como ficou a boate Kiss após o incêndio Divulgação / Polícia Civil do RS
O advogado Jader Marques, que defende Elissandro Spohr, o Kiko, um dos donos da boate Kiss, admitiu, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, que foram impressos mais convites para a festa "Agromerados" que a lotação da casa permitia. Segundo o "Diário de Santa Maria", ele contou que 850 ingressos estavam disponíveis para a venda, sendo que 700 foram entregues a representantes dos universitários. De acordo com os bombeiros, a capacidade máxima do local era de 691 pessoas. Marques ganrantiu, no entanto, que não havia mais de 650 pessoas dentro da danceteria ao mesmo tempo.

- Há uma dinâmica muito comum nos estabelecimentos deste gênero: deixar entrar um certo número de pessoas, que permitam um ambiente agradável - o que na avaliação de Kiko fica em torno de 600 a 700 pessoas - e, quando se atinge esse número, as portas são trancadas e novas entradas só são permitidas quando pessoas deixam o local - disse ele. - Segue o Kiko, era uma noite fraca, é certo de que não havia mais de 650 pessoas na casa.

O advogado rebateu a declaração do delegado regional, Marcelo Arigony, de que a Kiss não tinha condições de estar aberta.

— Ao contrário do que disseram, a boate tinha, sim, condições de funcionar — disse.

Ele garantiu que a documentação da boate era regular. O licenciamento dos bombeiros estava vencido desde agosto, mas, em outubro, a casa pagou a taxa para pedido de renovação.

— A casa aguardava a vistoria. Os bombeiros encontrariam lá a mesma situação do ano anterior — afirmou Marques.

O defensor culpou o trabalho do Corpo de Bombeiros pela morte de 235 pessoas na madrugada de domingo. Marques disse que os bombeiros pediram ajuda para as pessoas que estavam na rua e que a primeira ligação para relatar o incêndio não foi atendida.

— O trabalho de salvamento dos bombeiros foi desastroso. Não tinham equipamentos adequados nem treinamento — afirmou o defensor. Um bombeiro não pode colocar um civil numa atividade de salvamento. Eles ainda jogaram um jato d’água na rota de saída das pessoas e isso pode ter feito com que elas se dirigissem para o outro lado.


Fonte: O Globo