Sem conseguir o leite especial Pregomim Pepti através da secretaria municipal de Saúde de Campos e sem condições financeiras para comprar o alimento, a mãe de uma criança de 1 ano e 4 meses busca alternativas caseiras para alimentar o filho vítima de alergia a proteína do leite de vaca. No entanto, segundo ela, as misturas feitas em casa à base de água, inhame e banana colocam a vida da criança em risco. Os problemas na Saúde não param de surgir. Uma leitora enviou à Folha fotos de vários prontuários médicos assinados e outros materiais que estariam sendo descartados de forma irregular pela secretaria de Saúde.
A falta de leite especial para crianças com esse tipo de alergia tem sido recorrente no estoque da secretaria de Saúde de Campos. Entre 2015 e 2016, várias denúncias de mães estamparam as páginas de jornais.
De acordo com Rayane Corrêa de Souza, 19 anos, o problema se arrasta há mais de duas semanas. Segundo ela, que é moradora do Parque Santa Rosa e está desempregada, o custeio das fórmulas com receita própria seria inviável. “Cada lata de Pregomim Pepti de 400g custa em média R$ 130 nas farmácias e meu filho usa dez por mês”, explicou Rayane. Ainda segundo a jovem mãe, a alternativa encontrada foi utilizar ingredientes caseiros. “Cheguei a misturar água com farinha de milho e banana com inhame para o bebê não passar fome, mas ele teve reações alérgicas e passou muito mal. Estou desesperada”, contou Rayane.
Questionada pela equipe de reportagem, a secretaria de Saúde informou que após publicação de novos critérios para o Programa de Intolerância e Alergia Alimentar e recadastramento de pacientes, algumas pessoas deixaram de atender às exigências da Gerência de Nutrição. A secretaria informou ainda que realizou todos os trâmites administrativos para continuar garantindo o atendimento dos pacientes com alergia ou intolerância alimentar e aguarda a entrega de novas latas de fórmulas especiais de Nutrição. Sobre o material descartado, o órgão informou que determinou a abertura de sindicância interna para apurar os fatos e verificar do que se trata o material descartado.
Fonte: Folha da Manhã