(Foto: Leonardo Berenger | Pense Diferente) |
Empresário, Djamim Ferreira (PRTB) escolheu Quissamã para viver com a família e ali fazer prosperar seus negócios. Agora, enfrenta um novo desafio. É candidato a prefeito do município. Em entrevista por e-mail, diz que os problemas são simples e que só é preciso boa vontade para solucioná-los. Ressalta que seu objetivo é fazer de Quissamã um exemplo de cidade modelo. Para ele, é preciso trazer o projeto do Complexo Barra do Furado/Farol para a realidade atual, diferente do “megaprojeto” anterior. Djamim Ferreira refuta a afirmação de que seria uma via auxiliar à candidatura do ex-prefeito Armando Carneiro (PSB): “Minha candidatura não tem nenhum vínculo político com nenhum grupo da cidade. Eu represento a verdadeira renovação”, afirma. E opta pela sinceridade, ao responder o que faltou para conseguir uma aliança mais forte de apoio a sua candidatura: “Faltou recursos financeiros, por isso faço uma campanha limpa”.
Folha da Manhã — Circula nas redes sociais uma foto recente sua ao lado do ex-prefeito Armando Carneiro e da ex-primeira dama Alexandra Moreira. Há quem diga que a sua candidatura seria uma “linha auxiliar” de Armando. O que tem a dizer sobre isso?
Djamim Ferreira — Cidadão e cidadã de Quissamã, que trato com respeito todo aquele que de mim se aproxima. Com relação à fotografia, ela foi registrada no final de uma caminhada, onde me cruzei com o Sr. Armando e a Sra. Alexandra Moreira. Ali, como pessoas civilizadas, mesmo tendo divergências políticas e ideológicas, conversamos educadamente por alguns minutos. Na política, muitas pessoas não conseguem entender este tipo de respeito. Por exemplo, um vascaíno possui amigos tricolores, botafoguenses e flamenguistas. Sou candidato e tenho a intenção de ser prefeito de Quisssamã para mudar esta cultura e reunir todas as forças que possam e queiram contribuir para a construção de uma cidade melhor. Minha candidatura não tem nenhum vínculo político com nenhum grupo da cidade. Eu represento a verdadeira renovação.
Folha — Você não é natural de Quissamã, embora tenha adotado o município há vários anos. Acredita ter conhecimento de Quissamã suficiente para administrá-la?
Djamim — Sim. Sou do meio empresarial, bem sucedido na minha vida profissional, e quero reproduzir na prefeitura a mesma administração que realizo nos empreendimentos que me envolvo, embora a Prefeitura não seja uma empresa que tenha que dar lucros. Mas um bom gestor tem que apresentar resultados para uma melhor qualidade de vida para todos. Não nasci em Quissamã, mas escolhi Quissamã para viver com meus quatro filhos e toda minha família. Vivemos em Quissamã e tenho um carinho por ela muito grande. Minha família tem três empresas de negócios e toda nossa vida está dedicada à Quissamã. Apesar de Quissamã ser uma cidade de 23 mil habitantes, eu conheço todos os quatro cantos do município, conheço os problemas e tenho as soluções. Até porque, eu tenho 30 anos de viagem por todo país. Conheço a miséria, a riqueza, o desenvolvimento, o atraso. Conheço oito países da América Latina e conheço a África. E baseado na experiência adquirida, vejo que é muito fácil trazer tudo aquilo que eu conheci lá fora para Quissamã. Os problemas são simples e, como políticos, precisamos de boa vontade para solucioná-los. Sou apto e tenho a condição de fazê-la um exemplo de cidade modelo. Nossa cidade falta o básico, como, por exemplo, uma rodoviária. O sistema de abastecimento de água é precário, não tem área de lazer, as praças são mal construídas, não tem área de diversão para idosos e crianças, dentre muitas outras coisas que são comuns em muitas cidades consideradas pobres. Por isso, me sinto capacitado pra administrar e criar tudo isso que não tem.
Folha — Diferente dos seus adversários, você não tem histórico na política eleitoral. O que motivou o lançamento da sua candidatura e como tem avaliado a receptividade da população?
Djamim — Tenho sido recebido com muito carinho pela população, que reconhece em mim a verdadeira mudança. Como qualquer cidadão de Quissamã, estou inconformado e não admito a sequência destas sucessivas gestões desastrosas, assim como a maioria da população. Chegou a hora de uma reestruturação da classe política, dando um basta na velha política com a introdução de novos gestores, com uma visão inovadora moderna, diminuindo a corrupção e criando um novo sistema de gestão pública totalmente diferente do sistema atual que é “toma lá, da cá”.
Folha — Em seus discursos você fala que a sua meta é “libertar Quissamã”. Porém, apenas dois pequenos partidos estão ao seu lado: PRTB e PRP. O que faltou para conseguir uma aliança mais forte?
Djamim — Faltou recursos financeiros, por isso faço uma campanha limpa. O sistema atual, que chamo sempre de velha política, contempla um grande vício: a campanha paga, onde os apadrinhados “cabo eleitorais” sempre cobram alto recursos para as composições de chapas e formações de coligação. Como não tenho compromisso com financiadores de campanha e nem com recursos, preferi ficar apenas com dois pequenos grupos, sendo os partidos PRP e PRTB, para o início de uma grande mudança no cenário político de Quissamã. O slogan “liberta Quissamã” é exatamente retirar as pessoas do sistema de escravidão, “voto de cabresto” que vem predominando todo histórico político de Quissamã. Queremos uma cidade livre, onde todas as pessoas, independente do seu ideal político, possam conviver, frequentar os mesmos espaços, confraternizar, fazer fotos e divulgá-las em redes sociais, etc. Qualquer um funcionário público ou prestador de serviços para Prefeitura, que sempre tomou essa atitude, foi coagido, perseguido. Chegaram a perder cargos de confiança e contratos. Entre essas e outras consequências, nós quissamaenses queremos ser livres e unidos, com o seu direito constitucional de ir e vir, onde e quando quiser.
Folha — Com uma coligação pequena, é improvável que a maioria da Câmara seja eleita no seu palanque. Caso você o próximo prefeito, como dialogar com a maioria de oposição na Câmara?
Djamim — Serei o melhor prefeito que esta cidade já teve, venho para fazer história. Como disse anteriormente, todas as forças que quiserem contribuir para a melhoria da cidade podem contar comigo. Serei o melhor parceiro que os vereadores terão para levar melhoria para a população.
Folha — No Ideb de 2013, Quissamã se manteve acima da média estabelecida pelo Ministério da Educação, mas houve uma queda se comparado a nota que o município alcançou em 2011. Como fazer o município voltar a crescer nessa avaliação? Quais são suas propostas para a área da educação e como avalia o serviço ofertado atualmente?
Djamim — Temos em Quissamã um excelente quadro de professores e profissionais da educação. Todos os resultados colhidos até hoje são frutos dessas pessoas que se empenham e que se dedicam no dia a dia dentro e fora de sala de aula. Faltam políticas públicas eficientes, para a valorização dos nossos profissionais.
Folha — A Saúde está sempre entre as maiores preocupações da população em todas as cidades brasileiras, mas Quissamã já foi classificada entre as melhores do Estado do Rio. Como você avalia a situação atual e o que pode ser feito para melhorar?
Djamim — A saúde de Quissamã já foi considerada melhor anteriormente por uma questão lógica, grande volume dos recursos, teve ordem de R$ 40 milhões/ano. Isso não significa que a aplicação foi correta. Precisamos investir na qualidade de vida das pessoas. Uma população saudável não congestiona o hospital, mas o grande volume de recursos permitiu que a saúde tivesse desempenho. A situação atual é péssima, agregada à má gestão e à queda dos recursos. Para termos uma melhor saúde no município, precisamos equipar o hospital, que tem uma estrutura excelente e que pode ser transformado em um hospital regional, como existe em várias cidades no Brasil, fazendo convênios com outras instituições, inclusive prestando serviços para o SUS e para outras cidades circunvizinhas, além de fazermos um projeto de terceirização. Parte desta mega estrutura, para iniciativa privada. Como, por exemplo, empresas de planos de saúde, dentre outras. Passar a utilizar os recursos do SUS, para que os exames possam ser feitos em nosso hospital, sem que seja necessária toda logística dispendiosa e desnecessária no transporte de paciente para clínicas particulares no Rio de Janeiro. Evitando desgaste do próprio paciente, despesa com combustível, transporte, diárias e tempo.
Folha — O atual governo, devido à queda de arrecadação dos royalties, precisou fazer cortes, diminuir as secretarias. De modo geral, as prefeituras de cidades produtoras de petróleo são consideradas encharcadas. É possível enxugar a máquina ainda mais? O que você pretende fazer nesse sentido?
Djamim — Sim. Valorizar os concursados, criando uma estrutura de recursos humanos com os próprios e evitar o cabide de emprego para os apadrinhados políticos.
Folha — Nesse mesmo período de crise ficou evidente que a Prefeitura é dependente dos royalties. Quais outras atividades econômicas movimentam a cidade e como fazer, caso eleito, para fomentá-las?
Djamim — Quissamã, praticamente, não tem outra atividade econômica. As que possui, representam muito pouco em 27 anos de emancipação política e administrativa. As gestões anteriores praticamente não avançaram nesses projetos, criaram a ZEN (Zona Especial de Negócios) a 20 km da cidade, sem nenhuma infraestrutura, como por exemplo: energia elétrica, telefonia, internet, tratamento de esgoto, transporte, etc. Muitos falaram em mais quatro Zens, que nunca saíram do papel. Nosso projeto é criar a cidade empresarial auto sustentável, uma grande parceria público-privada, utilizando das grandes áreas próximas da cidade para que possamos fomentar os negócios locais. Criar um terminal de transporte integrado com todos os bairros e cidades da região. Construir uma grande creche escola de tempo integral, criar modalidade de galpões de vários tamanhos para que possamos dar oportunidades aos pequenos empreendedores do município como costureiras, doceiras, confeiteiras, cabeleireiras, serralheiros, processamentos de produtos animal, como peixes, artefatos de cimentos, oficinas mecânicas, fabricação de artesanatos, processamentos de pescados, processamentos de hortifrutigranjeiro, empresas de serviços, logística, treinamentos de empresas offshore naval. Criar uma consultoria jurídica, administrativa, contábil, fiscal, tributária e trabalhista, para que os empresários trabalhem dentro da legalidade e segurança. Trazer para Quissamã, instituições como Firjan, Sebrae, Senai, Sesi, entre outros órgãos para que possamos utilizar de todos os recursos, tanto administrativo e financeiro. Projetos para buscar no mercado público e privado, recursos para execução e manutenção do empreendimento. Trabalhar junto com a Câmara Municipal para uma reforma tributária, baixando, assim, o imposto sobre o serviço, para que possamos atrair empresas. Atualmente isso é inviável em função do nosso ISS (Imposto Sobre Serviço) ser um dos mais caros da região. Assim sendo, podemos viabilizar a vinda de empresas e indústrias de outras regiões.
Folha — Como empresário, o que faria para tornar o Complexo Barra do Furado/Farol uma realidade?
Djamim — Refazer todo o conceito do projeto, já que o megaprojeto planejado anteriormente ficou inviável. Criar uma estrutura básica necessária para o início de uma atividade cautelosa, modesta e com menor impacto possível para o meio ambiente e para a população. Criar um sistema de limpeza do canal da Barra, para favorecimento à pesca e da entrada e saída das embarcações de pequeno e médio porte, como também a instalação de estaleiros para manutenção, reforma e fabricação de embarcações de pequeno porte. Desta forma a atividade poderá ser iniciada com baixo custo, com auto eficiência e com viabilidade técnica para a geração de centenas de empregos, paralelamente reformulando o projeto dentro de uma realidade atual, para que na medida do seu crescimento de forma planejada, ir se ampliando, até que um dia possamos chegar ao tão sonhado complexo logístico de Barra do Furado. Não precisamos criar, como seria criado um “elefante branco” e desestruturar a cidade e a atividade local que já existe.
Folha — Enxerga algo positivo que será deixado pela atual gestão?
Djamim — Fica uma população ordeira, educada e gentil. Isso eles não conseguiram destruir.
Folha — Apesar de contar com uma das maiores receitas por habitante do Brasil, cerca de R$ 12 mil, Quissamã figura em 4.520º lugar no Ranking de Eficiência dos Municípios, divulgado pela Folha da S. Paulo. O município é considerado ineficiente. O que fazer para tornar a aplicação dos recursos mais eficiente?
Djamim — Votar em Djamim Ferreira 28 será a única opção de mudança. Para fazer uma gestão séria, sem corrupção, será necessária a escolha de profissionais qualificados para os cargos de gestores, aproveitando a mão de obra de concursados e de contratação externa para buscar no cenário nacional exemplos de administração pública que deram certo.
Fonte: Folha da Manhã