sábado, 16 de maio de 2015

IDOSO MORRE APÓS ESPERAR POR VAGA EM UTI NO HOSPITAL GERAL DE GUARUS

(Foto: Divulgação)
Morreu na noite da última sexta-feira (15) o idoso Manoel Domingos Zeferino, de 73 anos, que estava internado no Hospital Geral de Guarus (HGG) com quadro de pneumonia ‘mal curada’. Segundo a família, ele estava em estado gravíssimo internado na Unidade de Pacientes Graves (UPG) e aguardava há 13 dias por uma vaga na UTI. Procurado pela família, o Jornal Terceira Via noticiou o caso na quinta-feira (14), com exclusividade, quando o idoso ainda estava vivo, mas no dia seguinte o aposentado faleceu.

Neste sábado (16), a reportagem conversou com funcionários do hospital que informaram que no dia em que faleceu, a tão esperada vaga na UTI havia surgido para o aposentado. O problema é que o quadro dele havia piorado ainda mais e uma transferência não seria possível.

“Ele não estava mais em condições de ser transferido, porque o quadro dele teve uma piora e estava desestabilizado. Ele desenvolveu uma infecção bacteriana grave no pulmão e o rim dele começou a parar. Tentamos fazer uma hemodiálise, mas ele não resistiu e morreu”, contou uma das pessoas que trabalha no HGG, mas não se identificou com medo de represálias.

Preocupado com a situação do pai e a dificuldade em encontrar uma vaga, o taxista Mateus Ribeiro Zeferino chegou a temer pelo pior quando o idoso ainda estava na UPG. “Os médicos estão atendendo bem, mas meu pai precisa da vaga na UTI senão eu não sei o que pode acontecer. Ele está em estado grave e muito debilitado, mas falam que não tem a vaga, e que vão tentar até amanhã”, lamentou o jovem.

SEM VAGAS NA UTI

Ainda segundo um dos funcionários do hospital, a história do aposentado poderia ter um final diferente, caso ele tivesse conseguido a vaga.

“Ele chegou a ir para o repouso masculino, mas teve uma piora do quadro e ficou em estado gravíssimo. Se ele logo tivesse conseguido essa vaga, essa história poderia ter um final diferente. O correto é o paciente chegar grave e ficar no máximo 24 horas na UPG e depois ir para a UTI, mas o que acontece é que hoje em Campos os hospitais estão superlotados. Às vezes o paciente tem alta para a clínica médica, mas a clínica médica também está lotada. É uma bola de neve”, contou uma funcionária que não quis se identificar.

Procurada para comentar o assunto, na última quinta (14), a Secretaria de Saúde de Campos informou que "O paciente está internado na UPG recebendo tratamento com equipe formada por profissionais intensivistas. Apesar do município ter avançado na disponibilização do número de leitos, ainda existem dificuldades, principalmente, porque Campos atende pacientes de municípios de toda a região Norte/Noroeste do estado. Em 2008, havia apenas 81 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Campos. Hoje são 143", disse um techo da nota.

Após a morte do idoso, a reportagem entrou em contato com a secretaria de Saúde mais uma vez, mas ainda não recebeu resposta. 




Fonte: Terceira Via | Texto:  Priscilla Alves