quinta-feira, 22 de novembro de 2012

LICEU DE HUMANIDADES DE CAMPOS COMPLETA 132 ANOS



O nascimento do Liceu de Humanidades de Campos remonta aos auspícios da organização do ensino brasileiro, no Período Regencial, com a decisão de que o ensino secundário seria promovido e administrado pelos governos provinciais (hoje estaduais). A cogitação de um estabelecimento no norte fluminense registrou-se em 1844 através da edição da lei provincial n° 143 de 14 de março daquele ano, em seu artigo 1°:

Em 11 de abril de 1847, o Liceu Provincial de Campos finalmente foi inaugurado, contando inclusive com a presença do imperador D. Pedro II. Uma série de percalços haveriam de extinguir o colégio em 30 de abril de 1858. Em 22 de novembro de 1880 foi refundado com a denominação atual, através do decreto provincial n° 2.503, e daí em diante prosperou até os dias de hoje.

D. Pedro II


A sede do Liceu
O primeiro colégio sempre funcionara em instalações provisórias. O segundo cessaria este ciclo itinerante em 1883, quando figuras proeminentes da cidade mobilizaram-se e angariaram fundos para a instalação do educandário em uma sede definitiva. Com 14 contos de réis angariados da população e 11 doados pela Câmara Municipal, em 12 de dezembro daquele ano, a comissão arremata em leilão, o palacete de estilo neoclássico do espólio de José Martins Pinheiro, o Barão da Lagoa Dourada, um dos mais ricos edifícios da cidade naquela época. O solar foi construído entre 1861 e 1864 para abrigar a família do nobre até a fatalidade de seu suicídio. A instalação no prédio deu-se no dia 1 de março de 1884.



Desta forma, com um prédio próprio, o ensino do Liceu de Campos adquiriu excelência, e se tornou uma escola de porte secundário equiparada ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro. Era a única instituição de ensino público do interior da província na época que apresentava ensino de qualidade, uma vez que o Liceu Provincial de Niterói, e seu sucedânio - o Liceu de Humanidades de Niterói - haviam sido extintos.

Atualidades
Em 1894 foi criada a Escola Normal de Campos (ENC) e esta se associou ao Liceu. Em 1954 voltam a ser desmembradas e a Escola Normal passou a denominar-se Instituto de Educação de Campos. Na década de 1960 um prédio anexo foi construído devido à crescente valorização do ensino secundário. Na década de 1990 outro pavilhão foi construído e o prédio principal do solar foi transformado num centro cultural, restando apenas funcionar ali a diretoria, a biblioteca e o Arquivo Histórico do LHC. As turmas foram redistribuídas nas unidades anexas. O prédio foi tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC) em 27 de janeiro de 1988.

Ex-Presidente Nilo Peçanha

A influência do Liceu causou profundas modificações na sociedade campista. Uma cidade atrasada, agrícola, foi transformando-se em uma sociedade urbana, com a inserção de novos ideais. Um destes acabou por transformar o próprio regime de governo do país - o regime republicano. Um dos seus maiores representantes na cidade foi o ex-liceísta Nilo Procópio Peçanha - ex-senador, duas vezes governador do estado do Rio de Janeiro, ex-Presidente da República e o primeiro político a impor vigorosa influência sobre todo o estado. Também ali estudaram Nina Arueira. 

Fonte: Ururau