quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Quaest: Lula recupera apoio entre beneficiários do Bolsa Família, nordestinos e mulheres



A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (7), revela uma recuperação significativa da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre grupos que foram decisivos para sua vitória em 2022, como mulheres, nordestinos, católicos e beneficiários do Bolsa Família. O levantamento também indica melhora do desempenho do presidente no Sudeste, região que concentra cerca de 43% do eleitorado nacional.

Em maio, Lula registrava forte rejeição na região mais populosa do país: 64% de desaprovação e apenas 32% de aprovação, segundo a mesma pesquisa. Agora, a diferença entre os dois índices caiu para oito pontos percentuais — 52% de desaprovação contra 44% de aprovação. O recuo de 32 pontos na distância entre aprovação e rejeição é considerado expressivo por analistas políticos.


Nordeste mantém liderança na aprovação

No Nordeste, região que representa 28% do eleitorado brasileiro, o apoio ao governo Lula continua sólido. A aprovação subiu de 60% para 62% desde setembro, enquanto a desaprovação passou de 35% para 36%, oscilação dentro da margem de erro.

A recuperação também é perceptível entre os beneficiários do Bolsa Família, grupo fortemente concentrado na região. Das 19,6 milhões de famílias que recebem o benefício, cerca de 9 milhões vivem no Nordeste. Entre esses beneficiários, a aprovação ao governo saltou de 51% em maio para 67% em outubro, enquanto a desaprovação caiu de 44% para 31%.

Mulheres voltam a apoiar o governo

Entre as mulheres, que representam a maioria do eleitorado brasileiro, a popularidade de Lula voltou a crescer. O levantamento mostra que a aprovação do governo atingiu 52%, superando pela primeira vez em cinco meses a desaprovação, que ficou em 45%. Em setembro, ambas estavam empatadas em 48%.

O resultado reforça a importância desse segmento para o desempenho eleitoral do presidente, que historicamente concentra parte expressiva de seu apoio entre eleitoras de baixa renda e beneficiárias de programas sociais.


Divisão entre católicos e evangélicos

No recorte religioso, a pesquisa aponta que a administração petista recuperou popularidade entre católicos. A aprovação subiu de 51% para 54%, e a desaprovação caiu de 46% para 44%.

O cenário entre os evangélicos, porém, continua desfavorável. O grupo mantém forte resistência ao presidente: 64% desaprovam o governo, ante apenas 34% que o apoiam. Os índices praticamente não mudaram desde setembro, quando eram de 61% e 35%, respectivamente.

Durante a campanha eleitoral de 2022, Lula chegou a divulgar uma carta aberta à população evangélica para rebater boatos de que fecharia igrejas ou alteraria a legislação sobre aborto. Apesar da tentativa de aproximação, o petista ainda enfrenta dificuldades para reduzir a rejeição entre o público religioso conservador.

Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistas presenciais em domicílios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.