Aos 82 anos, Milton Nascimento enfrenta um novo desafio em sua trajetória. O cantor e compositor mineiro, ícone da música brasileira, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL), condição neurológica degenerativa. A informação foi confirmada por seu filho, Augusto Nascimento, em entrevista à revista Piauí.
Em comunicado à imprensa, Augusto pediu compreensão e discrição diante do quadro de saúde do pai, destacando que não haverá outras manifestações públicas além das já feitas à reportagem. O filho contou que os primeiros sinais da doença se tornaram perceptíveis após um período de intensa exposição, quando Milton participou de homenagens no Carnaval carioca, com o enredo da Portela, e do lançamento do documentário Milton Bituca Nascimento no Globoplay.
De acordo com Augusto, mudanças de comportamento chamaram a atenção da família. Entre elas, a perda de apetite, o olhar fixo por longos períodos, lapsos de memória e a repetição constante de histórias que antes eram contadas com riqueza de detalhes e diversidade. Essa alteração no padrão narrativo foi considerada um dos indícios mais preocupantes.
Após exames realizados em abril, que incluíram avaliações de memória, atenção, cálculo e linguagem, o médico responsável, Weverton Siqueira, alertou sobre a gravidade da situação, relatando surpresa com a velocidade da piora cognitiva do artista. Mesmo diante da apreensão, Augusto decidiu proporcionar momentos especiais ao pai e organizou uma viagem de motorhome pelos Estados Unidos em maio deste ano, antes da confirmação do diagnóstico.
Além da DCL, Milton já havia recebido, em 2023, o diagnóstico de Parkinson. A demência por corpos de Lewy é caracterizada pelo acúmulo anormal da proteína alfa-sinucleína no cérebro, provocando alterações químicas que comprometem a cognição, o movimento e até o comportamento. O quadro reforça a necessidade de cuidados permanentes, mas também de respeito à trajetória de um dos maiores nomes da música brasileira.