quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Hugo Motta, Paes e Lula são vaiados em evento de Dia dos Professores no Rio


Durante cerimônia em comemoração ao Dia dos Professores no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (15) que o Congresso Nacional “nunca teve um nível tão baixo” como o atual. A declaração foi feita diante do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também discursou e foi vaiado pelo público presente, aos gritos de “sem anistia”.

Os gritos foram em referência ao projeto, que está sendo relatado pelo deputado Paulinho da Força, que prevê redução das penas aos condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Paulinho já adiantou, no entanto, que a anistia não deverá ser incluída em sua proposta.

Ao comentar a atual legislatura, Lula direcionou as críticas à bancada de extrema-direita, dizendo que a última eleição levou ao Parlamento “o que existe de pior”. “O Hugo é presidente desse Congresso. Ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema-direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, disse o petista.


Vaia e recado político

Antes do discurso de Lula, o presidente da Câmara foi recebido com vaias e gritos contrários à proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Apesar das manifestações, o chefe do Executivo demonstrou apoio a Motta, colocando-se ao lado do deputado paraibano no palco.

Em seguida, Lula retomou a palavra e adotou um tom mais político e combativo, típico de campanha. A pouco menos de um ano das eleições municipais de 2026, o presidente aproveitou o evento para atacar adversários e exaltar o papel dos professores.


Críticas à direita e palavrões no discurso

Lula criticou diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele atua nos Estados Unidos “contra os interesses do Brasil”. Também pediu que os eleitores não permitam o retorno da direita ao poder, lembrando que o país “voltou ao mapa da fome” durante o governo anterior.

Em outro momento, o presidente se exaltou e chegou a usar palavrões ao relembrar a gestão bolsonarista. “Tinha um ministro da Saúde que não entendia porra nenhuma de saúde”, disse Lula, arrancando aplausos da plateia de professores.

Por fim, o petista incentivou a participação popular na política. “Quem não está contente com o que vê no Congresso, que entre na política e ajude a mudar o país”, concluiu.