segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Declaração de Eduardo Paes sobre o PL provoca onda de reações na Alerj


A fala do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sobre uma possível parceria com o PL nas eleições de 2026 provocou um verdadeiro terremoto político na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A declaração, feita durante o ato de filiação do deputado federal Luciano Vieira ao PSDB, no último sábado (25), em São João de Meriti, desencadeou reações duras dentro da própria legenda e também entre adversários políticos.


Reação imediata na base do PL

No evento, Paes se dirigiu ao presidente estadual do PL, Altineu Cortes, afirmando que pretende caminhar com o partido. A fala, no entanto, irritou profundamente parlamentares da legenda. O líder do partido na Alerj, Filippe Poubel, declarou nas redes sociais que deixará o PL caso a aliança se concretize. “Se isso acontecer, meu ciclo no PL acaba”, afirmou.

A reação mais intensa veio do deputado Alan Lopes, que gravou um vídeo chamando Eduardo Paes de “vagabundo” e anunciou que também deixará o partido se houver qualquer aproximação com o prefeito.


“Sou Jair Bolsonaro e vou para onde ele for. E Bolsonaro não é Eduardo Paes. Mas se for o caso, saio do PL e faço campanha contra”, disse o parlamentar.A possível aproximação entre Eduardo Paes (PSD) e o PL para a disputa ao Governo do Estado do Rio provocou reação dura na bancada liberal da Alerj. Nesta segunda-feira (27/10), o deputado Alan Lopes criticou o prefeito do Rio e rejeitou qualquer composição.

Segundo o parlamentar, Paes tentou constranger o presidente estadual do PL, o deputado federal Altineu Côrtes, que estava presente ao evento tucano. “O PL jamais caminhará com Eduardo Paes porque Eduardo Paes é Lula, e Lula e Bolsonaro são como água e óleo. Portanto, esse vagabundo quis constranger num evento de outro partido, onde o presidente Altineu estava cumprindo sua função institucional”, disse Alan Lopes, em vídeo publicado no Instagram. “Ele quis constranger o presidente colocando-o numa sinuca de bico, dizendo que caminhará com o PL, é mentira.”

Lopes reforçou que, caso a sigla feche com Paes, ele deixa o partido. “O presidente do partido já afirmou categoricamente em várias oportunidades que o PL não caminhará com Eduardo Paes. Ah, mas e se no fim de tudo o PL caminhar com Eduardo Paes? Vocês têm a minha palavra. Eu não fico no PL. Aliás, eu farei campanha contra Eduardo Paes de manhã, de tarde, de noite e de madrugada”, afirmou o parlamentar, que preside as Comissões de Educação e de Combate à Desordem da Alerj.


Resistência e cautela dentro da legenda

Outro nome importante do PL na Alerj, Márcio Gualberto, preferiu adotar cautela, mas reafirmou sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Quem me levou para o partido foi o Bolsonaro.

Não posso falar em saída ou permanência sem consultar quem me lidera politicamente. Além disso, não temos nada de concreto, por enquanto”, declarou. Gualberto afirmou ainda não acreditar na parceria, que classificou como “balão de ensaio” do prefeito.
Oposição vê “velha política” e “bajulação”

As declarações de Paes também provocaram forte reação entre deputados de oposição. Flávio Serafini foi um dos primeiros a se manifestar: “Paes e Castro de mãos dadas para afundar mais o Rio. Acabou a farsa dos opostos. É oficial: a velha política está unida para entregar o estado aos interesses das elites”.

Na mesma linha, o deputado Professor Josemar criticou o gesto do prefeito. “Eduardo Paes bajulando de forma vergonhosa a extrema direita, para garantir uma ampla aliança eleitoral e manter o Rio de Janeiro como está”, afirmou.