segunda-feira, 18 de março de 2013

RIO DE JANEIRO NÃO TEM MAIS HOSPITAL PARA TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS



Estado do Rio de Janeiro perdeu o único hospital que realizava transplantes de rim e fígado em crianças com menos de 40 quilos, conforme noticiou ontem o “Jornal Nacional”. De acordo com o Ministério da Saúde, o Hospital Federal de Bonsucesso fez apenas uma cirurgia desse tipo este ano. O motivo da interrupção do serviço seria a falta de profissionais e de médicos capacitados.

Segundo a Associação de Renais Crônicos do Rio de Janeiro, porém, a última cirurgia aconteceu há mais tempo. A informação do órgão é de que, desde o final do ano passado, nenhum transplante foi feito em adultos ou crianças.

Na noite de quinta-feira, uma menina moradora de Macaé morreu na fila de espera por um rim. Dricielle Ferreira Marcelino de França, de 11 anos, chegou ao primeiro lugar da fila para o transplante em dezembro de 2011, mas não foi submetida à cirurgia porque seus pais não tinham dinheiro para comprar a passagem para o Rio. Na época, o Hospital Federal de Bonsucesso também não providenciou o transporte para a criança.

A unidade realizou 135 transplantes no ano passado, 12 deles em crianças. O Ministério da Saúde prometeu recompor, em 15 dias, as equipes que realizam transplantes de rim e fígado. Segundo o governo do estado, o recém-inaugurado Hospital da Criança, em Vila Valqueire, na Zona Oeste, também vai passar a fazer transplantes de rim e fígado em abril deste ano.


No fim do ano passado, as equipes responsáveis pelos transplantes foram desfeitas por causa de aposentadorias, transferências e pedidos de demissão dos profissionais. A última cirurgia foi realizada no início deste ano: um transplante de fígado em uma criança com mais de 40 quilos. Desde então, o serviço foi completamente interrompido no Hospital de Bonsucesso.

O Ministério da Saúde promete contratar novas equipes para retomar os transplantes no mês que vem.

"Não é uma especialidade fácil de se conseguir profissionais. Os profissionais têm que terum nível de capacitação muito elevado. Daí vem a grande dificuldade de se mobilizar para ter essas equipes. E a forma de contratação deve ser vantajosa para esses profissionais", diz João Marcelo Ramalho Alves, diretor de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio, uma criança de 7 anos foi transferida para São Paulo para fazer o transplante renal.



Fonte: InterJornal/ G1