terça-feira, 10 de abril de 2012

TITANIC 100 ANOS DEPOIS



Por que, afinal, os destroços do RMS Titanic despertam tanto interesse? Por que, um século depois, as pessoas ainda dedicam tanto esforço intelectual e tantos recursos para vasculhar esse cemitério de metal 4 mil metros abaixo da superfície do oceano? Por que razão, tal como Pearl Harbor, o terreno no qual ficava o World Trade Center, em Nova York, e algumas outras raras e veneradas zonas de desastre, ele continua a seduzir nossa imaginação?

Para alguns, a mera extravagância do fim do Titanic é um dos motivos principais. Essa sempre foi uma história de superlativos: um navio tão resistente e tão majestoso que foi a pique em águas tão frias e profundas. Para outros, o fascínio do Titanic é, sobretudo, o das pessoas que estavam a bordo. Levou duas horas e 40 minutos para o barco afundar, apenas o suficiente para se cumprir o trágico e épico destino de 2 208 pessoas, com o navio todo iluminado. Conta-se que um covarde garantiu seu lugar em um dos botes salva-vidas vestindo-se de mulher, mas a maioria agiu de maneira honrada e, muitas vezes, heroica. O capitão permaneceu em seu posto, os músicos não deixaram de tocar, os operadores do pioneiro sistema de rádio continuaram a enviar sinais de socorro até o fim. Os passageiros, em sua maior parte, mantiveram a dignidade e as distinções sociais a que estavam acostumados. O modo como enfrentaram esses derradeiros instantes é o que desperta o interesse universal por essa dança macabra que jamais termina.


 O navio teria continuado a flutuar mesmo com a avaria de quatro ou cinco dos compartimentos estanques na parte dianteira. Mas, ao rasgar o casco a estibordo, o iceberg atingiu seis dos compartimentos, provocando a inundação completa da seção da proa.

Devido ao formato alargado, a proa e a popa afundam com aceleração variável e intermitente. A popa desce girando em parafuso no sentido horário, lançando mais destroços antes de  arremeter contra o fundo.

O navio chocou-se de lado com o iceberg às 23h40, empenando trechos do casco a estibordo em uma extensão de 90 metros e expondo ao mar os seis compartimentos estanques dianteiros. A partir daí, o afundamento era inevitável. Ele, contudo, pode ter sido acelerado quando os tripulantes abriram uma porta para a prancha de desembarque a bombordo, em uma tentativa frustrada de alcançar os botes de salvamento em um andar inferior. Como o navio começara a tombar para bombordo, não conseguiram fechar de novo a porta maciça, devido à força da gravidade, e, à 1h50 da madrugada, o afundamento da proa era tal que a água do mar passou a entrar pela porta aberta.


A 4 mil metros de profundidade, a fantasmagórica proa do Titanic emerge da escuridão durante um mergulho feito pelo cineasta James Cameron em 2001. O navio poderia ter resistido a um choque frontal com o iceberg, mas a colisão lateral a estibordo causou o rompimento de muitos compartimentos estanques.

Às 2h18, 13 minutos depois de o último bote salva-vidas ter se afastado, a proa foi enfim tomada pela água, e a popa se ergueu ao ponto de expor as hélices e desencadear tensões catastróficas na seção central do navio. Logo em seguida, o Titanic partiu-se ao meio.


Titanic, 100 anos. Maratona: Domingo, dia 15, às 16h30 no canal Natgeo

fonte: National Geographic