A Polícia Federal intimou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, a prestar depoimento em um inquérito que investiga uma postagem crítica ao presidente Jair Bolsonaro em rede social.
A investigação foi aberta no ano passado com base na Lei de Segurança Nacional. Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou urgência na análise de um projeto que revoga a lei.
O depoimento de Boulos foi marcado para 29 de abril na sede da Polícia Federal em São Paulo.
Em nota, Boulos disse que a Lei de Segurança Nacional é um resquício da ditadura e que tem sido usada para calar opositores e aqueles que denunciam suas "ações imorais e ilegais" do governo.
"Seguirei cada vez mais determinado na oposição a Bolsonaro, fazendo todas as críticas a ele e a seu governo de forma pública e direta. Não vamos aceitar intimidações. Não vão nos calar", disse Boulos.
Boulos que concorreu à presidência da república e a prefeitura de São Paulo, não é o primeiro político a ser investigado por criticar o presidente.
O ex-ministro Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República em 2018, foi notificado, no mês passado, pela Polícia Federal por suposto crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro. O inquérito foi aberto a pedido de Bolsonaro e está sendo conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça. Na notificação, é citada uma entrevista de Ciro, em novembro do ano passado, à Rádio Tupinambá, de Sobral, reduto político da família Gomes.
Na entrevista, Ciro chamou Bolsonaro de "ladrão". Também disse que o povo demonstra "repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do país e seu desrespeito à saúde pública".
Fonte: Extra