quarta-feira, 10 de março de 2021

Operação do Conselho Tutelar constata falta de alimentos para menores em abrigos de Campos


Uma operação do Conselho Tutelar de Campos constatou que, pelo menos, três abrigos do município estão sem alimentos básicos para os menores acolhidos. A operação ocorre durante esta quarta-feira (10), após denúncia da Promotoria de Infância e Juventude do Ministério Público, e já fiscalizou três instituições. No total, oito abrigos devem ser vistoriados. Estes locais acolhem bebês, crianças e jovens de zero a 18 anos incompletos. Alguns não têm nem feijão para alimentar os abrigados.

Segundo a conselheira tutelar Geovana Almeida, a situação é delicada. “Essas crianças estão nesses abrigos por questões como falta de alimentação e pobreza em seus antigos lares, que geram outros problemas. Só que eles saem da família e estão passando algo tão semelhante no acolhimento. Então, o que encontramos aqui nos deixa muito entristecidos porque as crianças, além de estarem fora dos seus lares, continuam também sem alimentação aqui, que é uma obrigação do município”, contou.

Ainda segundo ela, um relatório detalhado sobre a situação dos abrigos constatada durante a fiscalização será entregue ao Ministério Público para que providências urgentes sejam tomadas para solucionar o problema.

“Temos acolhimentos que amanhã não terão feijão, que hoje não têm o leite. A gente só quer pedir ao Poder Público que entenda que essas crianças já estão fragilizadas fora de suas famílias e passar por falta de alimentação dentro do acolhimento é deplorável. Ainda hoje vamos entregar um relatório robusto pedindo também à promotoria que atue para que o problema seja resolvido em no máximo de 24 horas, porque barriga de criança não espera”, desabafou a conselheira.

Atualmente, o alimento e material de higiene que ainda restam nestes locais são provenientes de doações da comunidade em geral e dos próprios funcionários.

“Identificamos graves deficiências nos fornecimentos alimentícios, como de leite, arroz e feijão. Graças às doações que esses acolhimentos vêm recebendo por parte da sociedade é que essa alimentação não foi interrompida em sua totalidade”, informou o conselheiro Hugo Pereira.

O Jornal entrou em contato com a Prefeitura de Campos, que enviou a seguinte nota sobre o assunto:

“De acordo com o Presidente da Fundação Municipal da Infância e Juventude (FMIJ), Igor Pereira, quando assumiu a o cargo em janeiro, encontrou uma situação caótica: os empenhos para as compras de mantimentos que abastecem os acolhimentos institucionais não tinham sido realizados pela administração anterior, automóveis dos Conselhos Tutelares sucateados e muitos outros problemas.

Imediatamente após assumir a FMIJ, o presidente deu entrada no processo definitivo para a compra dos gêneros alimentícios – que, em virtude dos trâmites burocráticos naturais, encontra-se em processo.

Enquanto a licitação definitiva não é concluída, foi realizada uma compra emergencial, que está em fase final, para que não faltasse alimentos às crianças e adolescentes assistidos nestas instituições.

A FMIJ está tomando todas as providências necessárias, num ambiente de transparência e diálogo com todas as instituições”, informou a nota na íntegra.






Fonte: Terceira Via