Aprovação do pacote de medidas de austeridade anunciado na sexta-feira (4), o Governo do estado poderá não honrar as 13 folhas de pagamento dos servidores em 2017. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pelo governador Luiz Fernando Pezão, que condicionou a regularidade salarial do funcionalismo estadual à aprovação dos 22 projetos de lei enviados à Assembleia Legislativa (Alerj).
"Nós não temos nenhum plano B. Se o pacote não for aprovado pela Assembleia Legislativa, não há mais o que possa ser feito. Vamos entrar o próximo ano com um rombo no orçamento de mais de R$ 50 bilhões e, a partir daí, não poderemos mais garantir o pagamento integral dos servidores em 2017. É provável que só possamos pagar sete das 13 folhas salariais. Além disso, ainda não há nenhuma previsão para o pagamento do 13º salário deste ano", disse o governador ao G1, após
Ao RJTV (veja acima), Pezão disse ainda que aceita "sugestões" para o caso de as medidas não serem aprovadas. "Tudo é negociável, tudo é para conversar. Nós ouvimos os melhores especialistas, os melhores técnicos. As medidas são duras, muito difíceis, mas são a única maneira de porder pagar", disse.
Pezão também voltou a defender o aumento do desconto da alíquota previdencial de 11% para 14% dos funcionários ativos e o estabelecimento de uma contribuição de 30% para os inativos. Segundo ele, essa verba será fundamental para voltar a equilibrar as contas do estado:
"Será com esses recursos que vamos resolver o problema de caixa do Rio Previdência e garantiremos o pagamento dessas folhas. Sei que é uma ação dura e difícil, mas se não tomarmos essa medida, o estado do Rio não conseguirá honrar seus compromissos de pagamento no ano que vem".
O governador também disse não se eximir da responsabilidade que tem por participar do grupo político que governa o estado nos últimos 10 anos e que deveria ter buscado meios para evitar a situação de crise financeira na qual o Rio de Janeiro se encontra hoje.
"Eu não quero tirar a minha culpa ou a do ex-governador Sérgio Cabral. Poderíamos ter feito outros ajustes, mas a verdade é que não tínhamos como prever que o Brasil teria 7% a menos no Produto Interno Bruto, nem mesmo que o barril do petróleo, que é fundamental para a economia fluminense, cairia de mais de US$ 100 para menos de US$ 30".
Pezão estará terça e quarta-feira em Brasília para buscar recursos para o estado. Na sua agenda estão previstos encontros com o presidente Michel Temer e a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmen Lúcia.
Fonte: G1
Fonte: G1